Texto-oficina de Nina Veiga
Comecemos pelo conto, criado por Nina Veiga, utilizando os elementos do mito pela cultura antroposófica. Depois traremos algumas sugestões e moldes para a construção dos bonecos.
Numa terra distante e deserta habitava um terrível dragão. Cansado de viver sozinho o cruel cuspidor de fogo saiu em busca de companhia.
Subiu e desceu montanhas, atravessou rios e mares, andou pelos vales profundos até que avistou ao longe uma colina.
No alto da colina havia um castelo de cristal. "Ah", pensou o dragão, "neste castelo frágil deve morar uma boa companhia para mim. Vou até lá." E continuou a subida até o topo onde se encontrava o castelo envidraçado.
Quando chegou mais perto, viu através das paredes de vidro uma linda princesa. Era Laura a princesa do castelo de cristal. Vivia feliz sem saber que lá fora uma terrível fera a observava.
A jovem princesa saiu para passear pelos jardins do palácio, observava as flores que a primavera estava trazendo, sentia a brisa da montanha que varria o céu, levando embora as nuvens e deixando-o mais azul.
De repente os raios do sol se esconderam, a brisa parou de soprar e um bafo quente e fedido tomou conta do ar. "Oh, o que terá acontecido com a primavera?", pensou a princesinha, "Onde o sol, onde o aroma das flores?"
E quando menos esperava: o dragão a atacou e a levou para sua terra deserta e quente. Lá chegando, trancou a princesinha de cristal numa caverna escura, cheia de insetos perigosos. E foi caçar. "Vou caçar um carneiro bem gordo para dar de comer a minha amada."
A pequena Laura em seu cativeiro orava sem parar: "Meu bom Deus, meu Anjo protetor, minha querida mãezinha do céu, ajudem-me a sair desta terrível caverna, livrem-me do cruel dragão".
Não muito longe dali, um cavaleiro valente voltava de uma grande batalha. Ia em seu cavalo agradecendo a Deus por ter-lhe poupado a vida em mais um sangrento duelo. Tinha ganhado mais uma batalha e agora as crianças poderiam dormir mais uma noite em paz.
O cavaleiro Micael não percebeu quando um Anjo do Senhor lhe soprou uma mensagem ao ouvido: "Perto daqui há uma princesa que corre perigo, um dragão a raptou, está na caverna do deserto".
Sem saber o porquê, o valente cavaleiro, sentiu vontade de ir para casa cortando caminho pelo deserto. Sabia que era perigoso, pois lá morava o mais cruel dos dragões. Mas, sem temer, seguiu em frente conduzido por uma estranha sensação.
Mal tinha andado meia légua quando escutou debaixo da terra um choro baixinho. "O que será isso?", pensou ele, "Quem poderá estar chorando debaixo da terra? Só pode haver uma caverna aqui".
E quando desceu mais um pouco para procurar a entrada da caverna... Surge o dragão. Depois de lançar fogo pelas ventas, grita: "Que queres tu, forasteiro? Vieste levar embora a minha princesa? Pois estarás derrotado antes disso!" E dizendo isso começou a girar a cauda e a cuspir fogo.
Micael, valente e corajoso, não vacilou, tirou sua espada de ferro e ouro e com um único e certeiro golpe acertou o dragão. Este, ao ver seu sangue verde escorrer pelo chão, saiu em disparada em direção ao fim do mundo de onde não vai voltar tão cedo.
A jovem princesa que a tudo escutava, agradeceu a Deus pelo seu salvador e foi conduzida por Micael de volta ao seu castelo. O Rei feliz por ver a filha salva do horrível sequestro, mandou construir um castelo todo de ouro, onde nenhum dragão poderia entrar, e pediu a Micael para que lá morasse em companhia de sua filha Laura, após o casamento.
E é lá que eles devem estar, até agora... Felizes para sempre.
Agora, vamos à oficina...
Materiais:



Passo a passo para montagem dos bonecos teatro de mesa
- encher o corpo e costurá-lo;
- amarrar e costurar o pescoço;
- colocar os papelões dentro da base;
- encher a base e alinhavar a borda;
- encaixar o corpo na base borda, ajustar e pregar;
- vestir;
- fazer o cabelo;
- caracterizar o personagem.
Molde 1

Molde 2

Passo a passo para a montagem dos animais
- O ponto utilizado para montar o bicho é o caseado simples;
- deve-se iniciar a costura pela parte de cima do pescoço e caminhar para a cabeça, juntando a parte da testa ,se houver, descendo pela parte de baixo do pescoço para então costurar a barriga ou parte interna das pernas, de ambos os lados;
- as costas devem ser deixadas para costurar por último, pois o enchimento se iniciará por ela;
- antes de iniciar o enchimento, deve-se colocar a base de papelão grosso, no fundo do animal;
- o enchimento deve ser colocado aos poucos, usando um pauzinho para ajudar a empurrar o algodão, seguindo a seguinte ordem:
- focinho
- cabeça
- pescoço
- parte de baixo (pernas ou barriga)
- costas
- traseira
- finalizar costurando e enchendo aos poucos as costas , até o final, na traseira;
- detalhes e olhos devem ser deixados, por último, lembrando-se de que os olhos dos animais, não são na frente da cara e sim mais de lado.
Molde 3

ROTEIRO PARA CONTAR A HISTÓRIA
• Em silêncio, apenas cantarolando baixinho (com sapatinhos de veludo...), mostrar o local para elas irem se sentando;
• Esperar calmamente todas as crianças se sentarem e se acomodarem;
• Quando todas estiverem acomodadas, cantarolar era uma vez... E ir aos poucos fechando as janelas calmamente;
• Sentada, ainda cantarolando baixinho, abrir lentamente a cesta de histórias, tirar o pano de cobrir o colo, cobrir as pernas;
• Tirar a vela, o fósforo e o sininho;
• Acender a velinha;
• Tocar o sininho;
• Abram os olhos....;
• Tirar o véu que cobre o cenário;
• Iniciar a história...;
• ...final da história;
• Tocar o sininho;
• Tempo...
• Cantarolando baixinho, apagar a vela;
• Dobrar e guardar o pano;
• Guardar a vela, o fósforo e o sininho na cesta;
• Fechar;
• Abrir as janelas

QUALIDADES VIVENCIADAS DURANTE A APRESENTAÇÃO
- Aproxima-se do sonho;
- Valoriza o silêncio;
- Promove o surgimento de imagens interiores, devido ao baixo estímulo externo;
- Exerce efeito de suspensão (esse efeito é das coisas menos valorizadas e das mais importantes na educação) momento do devir.