• 13 Noites Sagradas

    Como podemos aproveitar o intervalo das festas de final de ano para nos fortalecer e nos preparar para o ano que virá? Esse ano, vamos pensar na necessária aproximação com a natureza, a partir do cultivo de si e da terra, das práticas externas de cuidado e cura e da criação de uma estética da existência.

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    Para participar do grupo de estudos pelo YouTube privado, inscreva-se aqui.

    Um pouco sobre Raquel... Uma catalã linda!

    Raquel Cachafeiro Gil (PhD)
    Doutora em Filosofia (Aconselhamento Terapêutico). Diploma em Agricultura Biodinâmica pelo Emerson College.
    Estudos da Teoria das Cores de Goethe na Fundação Tobias School of Art. Há mais de 30 anos, Raquel se dedica à investigação da morfologia, gesto e cor das plantas e como o ser humano as percebe. O resultado desta pesquisa está contido no livro: "Cure a Terra. O canto do carvalho" ou o despertar da inteligência sensorial. Co-fundadora do Projeto Astrea com profissionais das áreas de medicina, psicologia e artes visuais, com os quais começou a divulgação dos estudos morfológicos da planta e a influência de sua percepção e conhecimento sobre a saúde e o bem-estar do ser humano.
     
    Ela é autora de "O livro dos rostos de árvores, plantas e arbustos", um documento com 100 fotografias reais de rostos em árvores, todas as evidências de que a tradição de duendes, gnomos ou anões no ambiente das plantas tem uma base verificável. Sobre este trabalho Rupert Sheldrake, biólogo, professor da Universidade de Cambridge, autor de obras importantes como "Uma nova ciência da vida", disse: "Ela lança uma nova luz sobre a tradição do homem verde e mostra que todas as faces da vegetação não eles são imaginativos, mas literais. Graças a este livro, é possível vê-los novamente e novamente ".
    Raquel recebeu os parabéns de Sua Majestade a Rainha Sofia por este trabalho incrível e divertido.
    Tem o reconhecimento de milhares de visitantes das exposições e participantes das conferências apresentadas em vários países. Como palestrante nas Conferências Internacionais do IIIHS, ela deu várias conferências e workshops em Montreal (Canadá), como "A nova fronteira da ecologia", "Botânica mística" ou "O espírito da macieira", entre outras.

     

    Autora de várias peças como:
    - "O Senhor do Tempo", onde considera a existência do tempo em nossa medida como inseparável da vida das plantas no planeta.
    - "Esta gravidade está me matando", uma expressão da perplexidade da Terra e do Sol diante dos papéis tão diferentes que eles têm que desempenhar ao longo da história da humanidade.
     
    - "A Depressão Ambiental" e outros pequenos trabalhos adaptados para serem representados nas funções da escola, didáticos, divertidos e provocativos sobre o papel de cada um na questão ambiental.
    - "Oito chaves para encontrar sua alma na natureza" "Histórias e histórias para a Terra" e vários roteiros de rádio elaborados e divulgados pelo Gabinete de Pesquisa em Comunicação do Cadena Ser.
    Criadora do Método do Olhar Consciente. Um programa de observação da natureza para o desenvolvimento ideal de funções sensoriais e a integração de habilidades criativas em uma unidade eficaz.

    Pesquisa e tradução Maria Cabreira

    FLORES BRASILEIRAS PARA CADA NOITE SAGRADA

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    1A. NOITE - VITÓRIA RÉGIA - AMAZÔNIA

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    4A. NOITE - CACTOS RABO DE RAPOSA - HARRISIA ADSCENDENS

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    7A. NOITE - PEQUI - (CARYOCAR BRASILIENSE)

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    10A. NOITE - FLOR DO MARACUJÁ AZEDO

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    13A. NOITE- FLOR DO CACTO MANDACARU - CAATINGA

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    2A. NOITE - PACOTÉ - ÁRVORE DO SERTÃO, BIOMA CAATINGA

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    5A. NOITE - FLOR DO CAMPO - CERRADO MINEIRO

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    9A. NOITE - ORQUÍDEA

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    11A. NOITE - FLOR DA JABUTICABEIRA

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    3A.NOITE - BROMÉLIA - TILÂNDSIA AZUL

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    6A. NOITE - CLUSIA WEDDELLIANA - CERRADO GOIANO

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    9A. NOITE - COSMOS LARANJA

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    12A. NOITE- CALIANDRA VERMELHA - FLOR DO CERRADO

    Primeira Noite Sagrada

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    Comentários sobre a Primeira Noite Sagrada

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    Cada uma das 13 noites que começam hoje representa um limiar de acesso a um nível mais alto de diversão e bom trabalho.

    Com o exercício voluntário e eficaz de pensar a verdade e a boa ação,

    emanamos uma beleza sublime e transcendente.

    Cada indivíduo tem em si mesmo, em seu coração, a semente do coração da humanidade.

    O nascimento do Eu Superior, encarnado e selado em todo ser humano, abre esperança para todos e para a Terra, mas sua fragrância e a beleza de suas cores precisam de ações nobres que merecem celebração.

    Desde tempos imemoriais, as damas das flores ou das musas nos inspiraram.
    As Damas das Flores se manifestam onde as flores e o verdadeiro sentimento humano se reúnem para um bem maior.

     

    Citações do primeiro encontro

    "O corpo é o espírito agora"
    Maria Gabriela Llansol

    "Da capacidade de acolher o destino de nossa época [...] nasce uma força que vem a meu encontro e me afeta. Estabelece-se uma conexão entre o que se passa em mim e o que flui para o meu destino".

    Christine Gruwez

    'Toda vez que consegui realizar um dos meus esboços, minha opinião sobre a humanidade, dos animais, das plantas, dos minerais e da criação em geral tornou-se mais clara".

    Hilma af Klint apud Luciana Pinheiro.

    FRASE DE RUDOLF STEINER:
    "O que percebemos das plantas por meio dos sentidos é apenas sua superfície, por trás do que percebemos nelas, através de nossa visão, paladar, olfato etc., são as forças espirituais e espirituais da planta".

    FRASES DE RAQUEL CACHAFEIRO:
    A Terra Viva busca o ser humano espiritualmente acordado.
    Ela quer que vivam de seus talentos.
    Quem olha , veja , quem ouve, ouça.

     

    Deixe-se ver flores e ligue a mudança em sua vida!
    Quando olho uma flor, abraço a experiência com todo o meu Ser.
    É o maior catalisador para meus tesouros e potenciais.
     
     
    Disponível em : https://www.raquelcachafeiro.com/
    Tradução livre - Maria Cabreira
    Dezembro/2019

     

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    O que é ser contemporâneo?

    Christine Gruwez

    Acesse o site da Editora Antroposófica aqui.

     

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    PINHEIRO, Luciana. As cores da Alma. A vida de Hilma af Klint. São Paulo: 300 Editora, 2018.

     

    Conheça Hilma af Klint aqui.

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    Novos caminhos de alimentação - 4
    Gudrun Burkhard

    A refeição como base da vida social (as festas do ano, o cardápio diário).

     

    Acesse o site da Editora Antroposófica aqui.

     

    "As Festas do Ano

    Como prepará-las - sua decoração, seus pratos especiais.

     

    As festas do ano são um acontecimento importante na vida e no ritmo da criança e mesmo do adulto.Se tentamos nos lembrar de nossa infância, as festas do ano parecem pequenas pedras preciosas. A civilização moderna, tão consumista, incentiva apenas o lado comercial dessas festas. Mas elas têm um profundo sentido espiritual, e são marcos importantes no ritmo do ano com suas quatro estações; além delas temos o ritmo dos meses, com as suas doze qualidades - expressão das forças do zodíaco; os sete dias da semana - expressão das sete forças planetárias. O aniversário do nascimento físico do indivíduo, o aniversário de casamento e muitos outros ritmos..." (p. 59)

  • Segunda Noite Sagrada

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    Todos os dias, ao meio-dia, Nina Veiga comenta, ao vivo, sobre as 13 Noites Sagradas pelo Facebook.

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    TRECHO DA AULA ABERTA - 06 DE MARÇO DE 2017 - RAQUEL CACHAFEIRO

    AS FLORES EM NOSSAS VIDAS
    parte 1
    TEXTO COMPLETO EM PDF

     

    * Mãe Natureza anuncia que é hora de acordar.
     
    * Vamos desdobrar nossas cores, assim como as flores.
     
    * Inundamos nossa vida com o verdadeiro perfume de nossa existência.
     
    * Só podemos experimentar o que somos capazes de nomear e, para isso, é necessário primeiro observar.
     
    * O Olhar Consciente nutre e revela... a primeira verdade
     
    ... Deixe-se levar pelas mãos de Raquel, para que elas, as flores, nos revelem toda a sua sabedoria amorosa.
     
     
    É uma honra estar aqui em 06 de março de 2017, para compartilhar esta mensagem das flores como reflexo da alma humana para a Terra de Abundância, para que o ser humano e a Terra possam voltar a confiar um no outro e, para que juntos possamos dar novo sentido à toda essa capacidade que temos de ser ajudados, porque realmente elas podem nos ajudar muitíssimo. Mas, estão desejando-o. Temos que dar permissão. Sendo este o planeta onde exercitamos a liberdade nada será imposto, elas não vão chegar se não nos oferecermos, mas o mais curioso é que a maior oferenda que podemos dar é oferecermos O RECEBER.
    E creio que é isto que representa a Primavera. É o passo que nós preparamos para ser honrados com estas belezas que são reflexos de nós mesmos, nos nutrem, nos elevam e nos ajudam a criar de novo ou pela primeira vez, porque não o sei, um mundo rico e enriquecedor, um mundo de abundância, onde a necessidade é lei e a lei da necessidade é que seja satisfeita. Mas, é preciso saber nomeá-las! Todas as necessidades!
    Posso ter necessidade de transcendência? Sim.
    E tenho uma necessidade de transcendência sim.
    E se não trago a transcendência à minha vida cada dia, ela virá por outros caminhos. Sendo lei, a satisfação é sua reivindicação e virá. A grave situação que nos encontramos agora, onde há ausência de atenção à transcendência está levando à paixão pelos crimes.
    Faz anos que criamos um projeto ASTREA, porque assim sentíamos quando algumas pessoas nos sugeriram, observando as plantas da fazenda onde trabalhávamos. Um lugar onde trabalhavam distintos profissionais para observar a natureza especialmente das árvores frutíferas e flores. Para ver como podiam ajudar-nos a ter um impacto mais refrescante e sanador na sociedade. Astrea, é uma deusa, e foi a última a abandonar a Terra, e o fez quando se cometeu o primeiro crime e ficou a observar de fora. A transcendência é lei e é necessidade e seu lugar é o seu conhecimento, todo conhecimento deve ser transcendente e toda transcendência tem que vir associada ao conhecimento.
    E essa é a grande chance que temos hoje. Sendo que estão totalmente separados.
    Primavera significa primeira verdade.
    E vamos fazer uma viagem para emanar, encontrar o calor dessa primeira verdade que é constitutiva e está em todos nós desde o momento que a Terra pode dizer: "A ignorância da lei não exime de seu cumprimento, se honrou o ser humano com a certeza de que todo o mundo pelo feito de estar constituído como ser humano tem a lei dentro de si.".
    Já é conhecimento puro da lei e nossa missão é convertê-la em sabedoria e na alegria de viver.
    Creio que estamos um pouco desviadas. Não é verdade?
     

    _______
    Disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=1VpKJsBsA0I&t=428s

    Transcrição e Tradução livre - Maria Cabreira - Dezembro /2019

     

    **************

    Meditação de São João da Cruz


    "Alma formosíssima entre todas as criaturas, que tanto desejas saber o lugar onde está teu Amado, a fim de o buscares e a ele te unires. Já te foi dito que és tu mesma o aposento onde ele mora, e o recôndito esconderijo em que se oculta."
     
    "O Verbo Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, está essencial e realmente escondido no íntimo de cada ser."
    Disponível em: https://respiraremeditar.com.br/Pensamentos-de-Sao-Joao-da-Cruz-75

    Citações do segundo encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "eu".

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    epígrafe otimista

     

    "Este é um momento maravilhoso para se viver na espaçonave Terra. Por milhares de anos o progresso feito era algo quase imperceptível, dificilmente notado no período de uma vida. Contudo, agora, neste século, grandes mudanças têm processado. Por quê? Por que agora? [...] Esta é uma época de preparação para uma mudança de consciência".

     

    MARRIOTT, Sara, Ritmos da Vida - Guia prático. São Paulo: Pensamento, 1984.

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    uma aula

     

    "Quando falamos de zodíaco, nos referimos ao cinturão de constelações que forma o "pano de fundo" da eclíptica, isto é, do caminho do sol como o percebemos no decurso das estações - e à frente do qual também os planetas se movem, cada um com seu próprio ritmo. As diferentes regiões do zodíaco produzem condições favoráveis ao desenvolvimento deste ou daquela constelação - isto é, se a cultivação da terra, a semeadura e o plantio são feitos no período correspondente".

     

    THUN, Maria. O trabalho na terra e as constelações. Botucatu, SP: Centro Deméter, 1977.
     

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    Peixes na voz da Dra. Gudrun

     

    "Na natureza, a luz vence a escuridão, e as plantas acompanham esse processo do desabrochar, da ascensão".

     

    BURKHARD, Gudrun. As forças zodiacais: sua atuação na alma humana. São Paulo: Antroposófica, 1998.

    Contribuições espontâneas

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    Acima, sobre sonhos, contribuição de Carol Berta, desde o Uruguay.

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    "Acho que tem que ver con o mito compartido da velha creadora 🌱🌟"
    contribuição de Carol Berta, desde o Uruguay.

    Acesse o PDF.

    Contribuição de Emilie Andrade


    oi, amada. olhas as referências que usei: "De que lugar se projetam os paraquedas? Do lugar onde são possíveis a visão e o sonho. Um outro lugar que a gente pode habitar além dessa terra dura: o lugar do sonho. Não o sonho comumente referenciado de quando se está cochilando ou que a gente banaliza 'estou sonhando com o meu próximo emprego, com o próximo carro', mas que é uma experiência transcendente na qual o casulo do humano implode, se abrindo para outras visões da vida não limitada. Talvez seja outra palavra para o que costumamos chamar de natureza. Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak, p.65-66

    o mitólogo se chama Michel Meade e esse é o podcast dele, mas é inglês...https://www.mosaicvoices.org/podcast

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    Nina, aqui vão minhas contribuições:

     

    O site para adquirir o livro www.lulu.com/julianatrolltrujillo
    O nome do livro é Helio meets Luna - Luna meets Helio.
    Um pouco sobre mim:
    Juliana Troll Trujillo é mulher, mãe, esposa, amiga, artista e escritora. Adora usar a criatividade para trazer belas obras ao mundo. Baseia suas obras em suas vivências, na pedagogia Waldorf e no sagrado feminino.

     

    A frase do Goethe é
    “Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade fundamental cujo desconhecimento mata inúmeras ideias e planos esplêndidos: a de que no momento em que nos comprometemos definitivamente, a providência move-se também. Toda uma corrente de acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes e encontros e assistência material que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção. O que quer que você possa fazer ou sonhe que possa, faça.
    Coragem contém genialidade, poder e magia. Comece agora.”

     

  • Terceira Noite Sagrada

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    TRECHO DA AULA ABERTA - 06 DE MARÇO DE 2017 - RAQUEL CACHAFEIRO

    AS FLORES EM NOSSAS VIDAS
    parte 2
    TEXTO COMPLETO EM PDF

     

    Então, de repente, os últimos sinais permanecem há muito tempo e eu vou lhe dizer uma coisa que minha filha me disse quando estava coordenando um grupo de trabalho na universidade na Inglaterra e uma mãe que participava do grupo relatou que teve um bebê e quando chegou em casa com o filho pequeno, o filho maior que tinha quatro anos de idade veio até o quarto dos pais disse a eles com muita seriedade, " - por favor, quero que vocês me deixem um pouco a sós com o bebê, eu estava sentado na sala e esperando por um tempo, eu preciso ficar sozinho com ele."
    É claro que os pais que não tinham ideia de que reação poderia haver, ficaram atônitos, mas saíram, fecharam a porta e ficaram ali ouvindo, imagino eu, prendendo a respiração e ouviram que o menino mais velho disse ao pequeno: "Ei, antes que você se esqueça, lembre-se do porquê Deus nos enviou, porque eu quase esqueci!".
    Imagino os pais do outro lado da porta ...
    Existem muitos fatos transcendentes em nossa vida, contemplar flores, como cada ano este ramo verde aqui ( ela segura um ramo de flores em suas mãos) nos ilumina. Os caules e os galhos que pareciam adormecidos se abrem nesta maravilha e não só se abrem, mas logo conseguem transformá-los em frutos e a maioria dos frutos se os observamos e os cortamos, aqueles que não têm rigidez que nos impeça, vemos que o fruto é absorvido pela flor, é exatamente o que somos nós: fruto com flor interiorizada, e quando nos expressamos aparece essa flor.
    A beleza é uma opção e eleição.
    Viver em um mundo belo depende de onde dedicamos nossa atenção, para onde dirigimos nosso olhar, nossa escuta ou nosso estado de ser.
    Mas, desde já, contemplar como uma amendoeira que é um processo muito quente (fogo) faz esta maravilha na Primavera. Como o Alecrim, nestas duplas flores que normalmente as tem, de duas em duas, que dão uma aparência lado a lado e é impossível depois de um tempo de contemplação não ver duas rainhas atuando, enquanto possui um caráter muito viril, muito masculino perfeitamente harmonizados um com o outro. E também, em minhas maçãs, o aspecto mais sensorial que nos chega é o aveludado dos galhos,o aroma envolvente como se move, como este casulo se expande e em que direção. Tudo isto é informação de altíssimo valor.
    Se recebemos isto, um dia em que eles quiserem nos dar um substituto, não vamos admitir.
    No dia em que eles nos dão o que não é (verdadeiro), nós não o aceitamos, mas se não tivermos isso como guia, no dia em que eles nos trazem um substituto, por exemplo, um pesticida com o chamado "bom aroma" , nem descobrimos que recebemos o pesticida.
    Este é o nosso trabalho, ajudar a remover dos corpos algo que é tóxico para eles.
    Aprenda que, limpando-o eliminando-o, passa o medo e a dor, por isso damos os ensinamentos da próxima vez que você não pode vencê-lo e, claro, se você não foi capaz de evitá-lo, não o acumule e, por isso, trabalharemos juntos para saber como não acumulá-lo.
    Não é apenas informação, é também a sabedoria do corpo dizer que isso é caca!! ... não se acumula porque, quando você sente muito, consegue com seus sentidos e sua capacidade de respirar ou estar bem.
    Contemplar flores é um presente para nós mesmos, um presente para a sociedade, um presente para os campos e para as árvores ... elas ficam muito felizes.
    E, é claro, um grande programa de progresso para que não acumulemos toxinas mais da conta, para que não permitamos que os substitutos ocupem os tecidos de nosso corpo.
    Você sabe o que é tocar nas costelas quebradas e perceber as horas de tensão e dor que existe nesse organismo e que tentou atravessar essa zona tóxica com informações de energia intelectual sobre o bem-estar da respiração.
    E sabe como perceber quando toca o que não consegue, na maioria das vezes e quando perguntamos no final como você está? Diz: aliviado como se eu tivesse retirado 100 quilos ...
    O corpo sabe mais o que devemos fazer: a boa nutrição que nutre! Nutre o corpo e nutre a alma, mas também nutre o corpo e falo de desnutrição, o que permite quando algo me chega e é bom dizer: quero mais! e quando recebo algo que não é bom dizer: Não, obrigado!
    Você quer isso?
    O que nós queremos?
    Bem, vamos com as flores, vamos com elas, com o trabalho de observação da Primeira Verdade, isso soa para você?
    Soa bem.
    (observando um galho de macieira)
    Olha que engraçado
    Que folha dupla fundida ou separada
    "Quando a natureza comete um erro, revela seus segredos", disse Goethe,
    E aqui temos um campo para observar muito mais processos, quando observamos muita a natureza e depois temos muito mais facilidade em observar nossos processos e perceber que isso acontece porque as plantas são na Terra o Corpo Etérico ou seu representante.
    O Corpo Etérico em nós é visto, acima de tudo, na pele, no pensamento e nas forças formativas. Então, quando as contemplamos mais e recebemos mais nutrição e informação, então resolvemos com elas em nosso próprio ser. ******

    Pesquisa e tradução Maria Cabreira
     

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    Ama Elsen

    Sanar a Terra

    A CANÇÃO DO CARVALHO


    Quando olhamos em volta, é mais provável que vejamos o que achamos que vamos ver do que descobrir algo novo, especialmente algo sutil. O olhar caiu no papel de servo de uma pobre mente desamparada em um mundo cheio de objetos sem alma.
    Vemos as plantas como objetos que crescem, reduzindo seu papel como seres vivos. Tomamos os animais como um programa de instintos, reduzimos o valor das pedras e até os magníficos cristais ao adorno ou símbolo de poder, especialmente a escassez. E é isso que temos: um mundo escasso, desvitalizado e sem alma, no qual vivemos com medo da própria vida e entediados.
    Disponível em: https://www.casadellibro.com/libro-sanar-la-tierra-el-canto-de-la-encina/9788496439337/1043269

    Citações do terceiro encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "amo".

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    Uma epígrafe amorosa


    "As plantas são como crianças que precisam de amor e carinho. Elas são seres vivos. A natureza fala e para ouvi-la é preciso usar os ouvidos do coração e silenciar as palavras e a mente. As plantas têm espírito e para entendê-las é preciso sentir com a alma, com bondade, com o melhor que existe dentro de nós. Elas apreciam músicas suaves, se fortalecem com sua oração e conseguem devolver o amor de quem as protege".

     

    DOURADO, Ana Maria; VIEIRA, Lucinda. Jardinagem e Ervas Medicinais para crianças. São Paulo: Meca, 1996.

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    Uma epígrafe amorosa até no desamor

     

    "Perdoa-me

    porque

    dos seres

    que não amei

    não amei

    ninguém

    mais do que tu".


    ***

    "Dizia-me sempre que eu não sabia fazer bem o amor carnal, que haveria mais isso, ou aquilo, a fazer ou a dar. Eu interrogava-me sobre o estado anquilosado de meu corpo. Não ter um pensamento adormecido mas, segundo ele, um corpo adormecido, fazia-me sentir uma tristeza de morrer. Decidi-me, então, a suportar toda a necessidade de viver com essa profunda tristeza, que ele acumulava numa palavra: "É preciso fazer verdadeiro amor...". Eu, por meu lado, desejava partir em viagem".

    LLANSOL, Maria Gabriela. Numerosas linhas: livro de horas III. Porto, Portugal: Assírio & Alvim, 2013.

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    Uma aula

    "Diariamente o sol se levanta e avança do oriente para o ocidente, passando por todas as constelações do zodíaco e permanecendo em cada uma delas, cerca de duas horas. A cada dia do ano, o sol se levanta num ponto da constelação estelar, com uma pequena variação em relação ao dia anterior e num sentido contrário do ocidente para o oriente. Durante mais ou menos 30 dias, permanece na mesma constelação, levando um ano inteiro para chegar ao mesmo ponto. Não é apenas o sol, mas também a lua e os outros planetas que estão situados em pontos e passando por constelações diferentes dia após dia".

     

    BURKHARD, Gudrun. As forças zodiacais: sua atuação na alma humana. São Paulo: Antroposófica, 1998.
     

    Contribuições espontâneas

    Contribuição da Célia


    Nina, como os outros livros da Suely Rolnik, esse exige entrega para a compreensão.

    Rolnik, Suely. Esferas da Insurreição: notas para uma vida nunca fez nada, São Paulo: N-1 Edições, 2018.

    10 sugestões para uma contínua descolonização do inconsciente
    (...)
    6-não ceder a vontade de conservação das formas de existência e a pressão que esta exerce contra a vontade de potência da vida em seu impulso de produção de diferença. Ao contrário, buscar sustentar-se no fio tênis desse estado estável até que a imaginação criadora construa um lugar de corpo e fala que, por ser portador da pulsação do estranho familiar, sejam capazes de atualizar o mundo virtual que essa experiência anuncia, permitindo assim que as formas agonizantes acabei de morrer;

    7-não atropelar o tempo próprio da imaginação criadora, para evitar o risco de interromper a germinação de um mundo. Tal interrupção torna imaginação vulnerável a deixar se expropriar pelo regime colonial cacete Nistico que a desvia de seu destino ético. É nesse desvio que ela é capturada entende a submeter-se ao imaginário que está o regime nos impõe sedutoramente, o que a torna totalmente estéreo. É que no lugar do exercício da criação do novo (exigido pela vida), a imaginação passa a reduzir-se ao exercício de sua capacidade criativa (dissociada da vida) para produzir novidades, as quais multiplicam as oportunidades para os investimentos de capital e esse tão à-vontade de consumo numa velocidade exponencial;

    8-não abre mão do desejo em sua ética de afirmação da vida, o que implica mantê-la o mais possível fecunda A cada momento, fluindo em seu processo ilimitado de diferenciação de formas e valores; nove não negociar o inegociável: tudo aquilo que obstculiza a afirmação da vida, em sua essência de potência de criação. Aprender a distinguir-lo do inegociável: tudo aquilo que se poderia aceitar e reajustar por que não debilita a força vital instituinte mas, ao contrário, gera as condições objetivas para que se produza um acontecimento, cumprindo-se assim seu destino ético.

    10-praticar o pensamento em sua plena função: indissociavelmente ética, estética, política, crítica e clínica. Isto é, imaginar um mundo em cada gesto, palavra, relação com outro (humano e não humano), modo de existir — toda vez que a vida é assim o exigir.

    Contribuição da Mirella


    Livro: O lado invisível da economia
    Editora: Alaúde

    O livro mencionado questiona o modelo masculino do pensamento
    econômico.
    Nele, a jornalista econômica sueca Katrine Marçal explica como as bases teóricas da economia ignoram a mulher, cujo papel era cuidar do lar. Séculos depois, essa mesma lógica continua excluindo a mulher, que precisa fazer jornada dupla ao gerir carreira e família. Com diversos dados, a autora explica o funcionamento do mercado baseado na figura do homem econômico e defende que a única solução para uma sociedade mais igualitária é um pensamento econômico mais feminista. Mas o livro não explora apenas o problema da mão de obra feminina, mas as bases sobre as quais a economia como ciência foi fundada e o que o feminismo pode fazer para transformá-la. Se as mulheres tivessem tido a oportunidade de participar mais ativamente do desenvolvimento dos modelos econômicos, a figura do “homem econômico” poderia ser bem diferente, e, para a autora, isso explica por que a economia atual funciona muito mais para os ricos do que para os pobres, e muito mais para os homens do que para as mulheres.

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  • Quarta Noite Sagrada

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    Todos os dias, ao meio-dia, Nina Veiga comenta, ao vivo, sobre as 13 Noites Sagradas pelo Facebook.

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    Inteligência dos Duendes - Raquel Cachafeiro
    Parte 1

     

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    Uma vida sem duendes é uma vida mais triste! Especialmente para todos aqueles que nós conhecemos.

    Faz mais de 30 anos que tenho dedicado horas, aflições, estudos, pesquisas , silencio, para procurar ou investigar aquilo que eu via quando via as plantas e as árvores que me deixaram com um gosto mais, mas ninguém me ensinou a nomear por outro lado, é claro que estava no meu imaginário todo o tema dos seres que chamamos fantásticos entre eles os duendes.
    Mas como a história, a lenda, contos escritos, uma história nunca me trouxe muito se esta é realmente a chave para o drama, porque se você leva os duendes a sério e faz trabalhos de pesquisa sobre eles e permanece neles dezenas de anos. Sem querer tomá-lo como um tema para as crianças, pois elas não dão conta, senão considerá-la uma disciplina lógica organizada, estruturada e capaz de nos oferecer bens, soluções e uma relação interessante com a natureza.
    Esta é minha vocação e minha dedicação há muitos anos e agora a estamos apresentando com uma equipe de pessoas de formas muito diversas e os resultados também com eficiência, alegria e acreditamos que tenha um campo muito maior.
    Nesses momentos em que, às vezes nos invade a ilusão, outras vezes o pânico pela inteligência artificial e aonde chegará? Isso é que devemos considerar pelo menos uma vez e primeiramente, pelo menos que eu conheço, a da inteligência natural.
    O fator inteligência é fundamental, a lógica é fundamental
    Existem vários sistemas de lógica que podemos utilizar, sendo todos muito valiosos que já temos outras capacidades diferentes ou pelo menos algumas que eu amo e sei que a lógica matemática é fundamental, sou fascinada pela lógica filosófica e, claro, pela lógica vital baseada na observação morfológica e no processo tempo onde as mudanças que a natureza das plantas faz ao longo do ano. Considero-as essenciais na minha vida e no resultado do meu trabalho, parece muito se essa lógica está presente ou se não está. É isso que não quero perder agora.
    Neste momento, vamos fazer um caminho que compartilharemos neste programa dedicado aos duendes, começando com o duende do Natal, se estamos muito próximos desse tempo, o inverno sempre me inspirou muito vendo a neve nas montanhas, realmente o estímulo vital que senti sempre foi enorme é a necessidade de aumentar minha capacidade de compreensão, de estar dentro e fora, de poder me sentir muito confortável e viajar através dos meus mundos e estâncias interiores enquanto posso estar fora e perceber esse deslize do olhar que o olhar ampliado que me leva à neve me oferece algo mais, ao longo do tempo e descobrindo que me oferece muito mais e posso dizer que começa a ser capaz de colocar palavras que ainda sinto senão muda como me senti por muitos anos, apesar de ser uma pessoa que falava bastante quando estava em público , procurava estar sozinha por um longo tempo . Eu me sentia muda. E literalmente escrevia sobre uma garota muda que vivia aventuras diferentes no mundo Agora não me sinto muda, nem mesmo gaguejando .
    Os seres da natureza. Não vou falar em seu nome. Vou conversar especialmente com eles .
    Por um tempo senti e sinto o seu pedido deles de que era a voz das plantas. Agora, o pedido não está mais lá, formulado da mesma maneira no momento, meu mais forte pedido interior: Não me deixe, não quero viver em um mundo em que a inteligência, a natureza, a inteligência das plantas e ao mesmo tempo a relação com o processo do ano não estão vivas vigentes e bem ativos.
    Eu sou de uma cidade de León e estou realmente fascinado pelo tempo e pelo processo do tempo. Há muitos anos para me colocar em meu âmbito vital escrevi um pequeno trabalho chamado de Senhor do Tempo, no qual basicamente situava-se entre duas experiências que palpitaram dentro de mim sobre o chamado tempo. É outra dimensão que raramente percebemos e que tem tanto, eu diria, "corporeidade", como tem o espaço, porque temos uma vivência tão espacial, unidade espacial, unidade que podemos comprar, controlar, dominar escriturar e reivindicar como sendo nossos.
    Que nos custa muito, ou pelo menos a mim custa , no meio desse mundo de ideias ver qual espaço real tem o tempo e tem sido muito processo até que eu pudesse dizer meu Deus os seres que eu tanto busquei , busco e me encontro frequentemente se em algum lugar eles se escondem está nos interstícios do tempo e esse tempo está totalmente embutido na minha constituição , em como meu corpo é formatado, como ele se formou , como é a sua constante evolução e a experiência que eu tenho dos meus processos chamados fisiológicos, que também são animicos-espirituais e vocacionais de uma vocação muito ampla para descobrir quem eu sou de onde eu venho, qual é o caminho do qual eu faço parte e, é claro, o enorme desejo que minha palavra seja um canto de gratidão à vida por dentro e por fora e quando esse aspecto interior da vida se une a mim, quando fico de fora é quando começo a sentir o tempo que palpita.

     

    Trecho da palestra: Inteligência dos Duendes
    Traduzido por Maria Cabreira a partir do podcast abaixo.

    Disponível em: https://www.ivoox.com/01-inteligencia-duendes-por-raquel-cachafeiro-audios-mp3_rf_44837290_1.html

    Aninha e Suas Pedras


    Não te deixes destruir…
    Ajuntando novas pedras
    e construindo novos poemas.
    Recria tua vida, sempre, sempre.
    Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
    Faz de tua vida mesquinha
    um poema.
    E viverás no coração dos jovens
    e na memória das gerações que hão de vir.
    Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
    Toma a tua parte.
    Vem a estas páginas
    e não entraves seu uso
    aos que têm sede.

    Outono, 1981

    Todas as Vidas


    Vive dentro de mim
    uma cabocla velha
    de mau-olhado,
    acocorada ao pé do borralho,
    olhando para o fogo.
    Benze quebranto.
    Bota feitiço...
    Ogum. Orixá.
    Macumba, terreiro.
    Ogã, pai de santo...
    Vive dentro de mim
    a lavadeira do Rio Vermelho.
    Seu cheiro gostoso
    d'água e sabão.
    Rodilha de pano.
    Trouxa de roupa,
    pedra de anil.
    Sua coroa verde de são-caetano.
    Vive dentro de mim
    a mulher cozinheira.
    Pimenta e cebola.
    Quitute benfeito.
    Panela de barro.
    Taipa de lenha.
    Cozinha antiga
    toda pretinha.
    Bem cacheada de picumã.
    Pedra pontuda.
    Cumbuco de coco.
    Pisando alho-sal.
    Vive dentro de mim
    a mulher do povo.
    Bem proletária.
    Bem linguaruda,
    desabusada, sem preconceitos,
    de casca-grossa,
    de chinelinha,
    e filharada.
    Vive dentro de mim
    a mulher roceira.
    - Enxerto da terra,
    meio casmurra.
    Trabalhadeira.
    Madrugadeira.
    Analfabeta.
    De pé no chão.
    Bem parideira.
    Bem criadeira.
    Seus doze filhos
    Seus vinte netos.
    Vive dentro de mim
    a mulher da vida.
    Minha irmãzinha...
    Fingindo alegre seu triste fado.
    Todas as vidas dentro de mim:
    Na minha vida -
    a vida mera das obscuras.

     

    Cora Coralina, em “Poema dos becos de Goiás e estórias mais”. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1965.

    Citações do quarto encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "recebo".

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    (Recebo influência)

    Um prólogo esotérico

     

    "Durante a vida, o [ser humano] está ligado à natureza sensorial e, consequentemente, aos seres elementares que vivem por trás dela constituindo leis, forças, e ritmos naturais. [...] Porém, a ignorância resultante da negação em adquirir conhecimento sobre a força motriz dos processos dos processos naturais, que consiste justamente na atuação dos seres elementares, traz como consequência um [ser humano] que lida de forma estabanada e irresponsável com a natureza, agredindo e desrespeitando suas leis e ritmos".

    LOUREIRO, Sonia. O segredo da sombra: um ensaio sobre o sósia à luz da Psicologia e da Antroposofia. São Paulo: Antroposófica, 2005.

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    (Recebo tradição)

    Uma epígrafe histórica

     

     

    “Sarrilhando o fio e a vida as mulheres aquecem-se com aquela nesga de sol coada pelo casario a bordejar ruas estreitas de múltiplas cumplicidades. Dobam linho e lã e tecem tempos de espera e histórias de vida habitadas por amores, crenças, costumes, medos e esperanças”.

     

    GARCIA, Maria Antonieta. Fios. Para um roteiro judaico na Covilhã. Portugal, Covilhã: Universidade Beira do Interior, 2001.

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    (Recebo opressão)

    Uma herança

     

    [A história de Gostanza, uma cirandeira profissional, que foi julgada por bruxaria, em 1594]

    "Suas ferramentas eram óleos naturais e pós, bem como artefatos aptos a curar e proteger por 'simpatia' ou 'contato'. [...] Ela era muito popular, todos a procurvam para serem curadas, para que lhes lesse o futuro, para encontrar objetos perdidos ou para comprar poções de amor".

    FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.

    Contribuições espontâneas

    Presente da Débora

    Presente da Dulcineia

    Contribuições da Paula*

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    Esse da Conceição só saiu isso que nem é dela:


    Frases:

    “Alimente-se somente do que floresce ao alcance dos seus olhos.”

    Evangelho do Essênios

     

    “Saber e Não fazer, ainda não é saber!”

    Lao-Tsé

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    O livro: Peribanez Gonzalez, Alberto
    Cirurgia verde : conquiste a saúde pela alimentação à base de plantas / Alberto Peribanez Gonzalez. -- São Paulo : Alaúde Editorial, 2017

    pág 168:
    “Imaginemos uma folha de couve recém-colhida de uma horta orgânica. Mesmo a cor de suas folhas difere da cor das folhas que vemos em mercearias e supermercados. Um leve tom azulado, quase florescente, é detectável ao simples exame visual, o que confere à planta o adjetivo “viçosa”. O viço é decorrente da forte irradiação de fótons. À medida que essa folha, retirada da planta de origem, se dirige ao local de venda, ocorre um desbotamento. Horas depois, a folha estará apenas verde. Mais alguns dias e ela se torna amarela e sem vitalidade”

    *Paula Tatyana, mulher, mãe, artesã, ilustradora, educadora domiciliar dentro da pedagogia Steineriana, jardineira biodinâmica e estudiosa e pesquisadora da Antroposofia junto à uma Vida Viva.

    Contribuições da Juliana*

    Juliana Troll Trujillo é mulher, mãe, esposa, amiga, artista e escritora. Adora usar a criatividade para trazer belas obras ao mundo. Baseia suas obras em suas vivências, na pedagogia Waldorf e no sagrado feminino.

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    Inteligência dos Duendes - Raquel Cachafeiro
    Parte 2

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    Na descrição do tempo em meus vídeos que foram feitos sobre o clima em uma viagem. Conhecendo-me e sendo capaz de dizer o que quero dizer. Quando digo tempo através do pequeno trabalho que escrevi para me acalmar, o Senhor do Tempo, onde coloquei o que aprendi a ler no que basicamente escrevi: uma dualidade na qual penso que somos.
    Culturalmente e repetidas vezes, estivemos ao longo do tempo que é o tempo de Chronos, o Tic Tac Tic Tac Tic Tac ...
    O seu significado está representado no meu trabalho por duas imagens antagônicas, duas espécies de gafanhotos, um para cima e outro para baixo, são dois gêmeos que representam o imediatismo, o imediato, para este segundo que, quando você vai nomear está quase acabando e você está na próxima coisa . Nisto você dá graças à vida!
    Se estivéssemos realmente em algo que não muda e que não muda, mesmo o relógio do tempo seria muito difícil para nós.
    Mas ansiamos por uma eternidade que nos dá a paz de poder reunir essa profundidade de nossa experiência, de nossas entranhas e, ao mesmo tempo, saber o que é mesmo em algum outro lugar que eu normalmente chamo de universo.

    Trecho da palestra: Inteligência dos Duendes
    Traduzido por Maria Cabreira a partir do podcast abaixo.

    Disponível em: https://www.ivoox.com/01-inteligencia-duendes-por-raquel-cachafeiro-audios-mp3_rf_44837290_1.html

    Citações do quinto encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "a vida".

    VEIGA, [Nina] Ana Lygia V. S. da. Fiar a escrita: políticas de narratividade – Exercícios e experimentações entre arte manual e escrita acadêmica. Um modo de existir em educações inspirado numa antropologia da imanência. Defesa de Doutorado em Educação no Programa de Pós-graduação em Educação PPGE/UFJF, 16/03/2015.

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    Página pintada com tinta de terra.

    Um conhecimento na imanência em honra à Terra.

    Uma tese em honra à vida

    Resumo: A tese acontece na composição de um caderno de artífice, a pluralizar educação, entendida como cultivo de si, ao modo de Nietzsche. A superfície da pesquisa se configura no engendramento da escrita com a materialidade das artes-manuais. Um acontecimento que se dá entre os dois campos na produção de uma diferença potencial. Uma maneira de compor escrita científica, enquanto experiência movente do corpo fazedor que se torna ao escrever. Fazer inspirado por uma antroposofia da imanência. Conceito que se inaugura na contaminação dos modos de operação da antroposofia, propostos por Rudolf Steiner, pela filosofia da imanência de Deleuze. Propositura de uma antroposofia enquanto existencialização imanente, ocupada com a vida-viva que se vive e não com a invocação de modelos para além dela. Um modo de existir que não subordina a imanência à transcendência, ao estilo platônico, mas implica o pensar, sentir e querer, junto ao aquém das singularidades e ao além das múltiplas dobras da existência. Uma antroposofia da imanência em honra à Terra, a incertar as fronteiras entre a filosofia, a ciência e a arte, possibilitando uma zona de indiscernibilidade onde as sensibilidades em devir possam se dar. Um caderno de artífice a procurar fazer da escrita acadêmica uma literatura menor, na invenção de um devir-mulher da escrita. Devir-mulher não somente por ser uma escrita que ocorre na cozinha ou no atelier ou por ser feita por mãos femininas, mas porque, na dobra da escrita, ao escapar dos regimes de significância e representação, produz estados uterinos e fecundos que possibilitam vazar intensidades que remetem ao corpo e ao desejo enquanto produção. O peso e o volume do caderno, cerca de 70 cm² e 4 kg, traduzem uma vocação à empiria, mas não excluem a amplitude teórica. É justamente na interseção de empiria e teoria que o acontecimento de fiar a escrita se mostra. Os dez blocos, de múltiplos agenciamentos, são atravessados por personagens conceituais e experiências de corpo escrita, em variados gêneros, com destaque às 98 crônicas, publicadas em jornal impresso, no decorrer da pesquisa. As recolhas fiadas, tecidas e bordadas, produzem o duplo têxtil da tese junto ao vivido no tornar-se do doutoramento em Educação. Nos espaços entre os blocos, outras linhas se passam, prolongando a experiência até às referências, em Tecelagem de lidos, e ao epílogo, que se mostra na celebração do conceito nietzschiano do Eterno Retorno.

    Palavras-chave: corpo, educação, arte-manual, antroposofia da imanência, escrita acadêmica.

    Uma epígrafe da terra

     

    "Os textos da terra são textos ditados pela experiência e inventam quotidianamente o seu povo antes de serem escritos.

    Na tese da Nina:

    Maria Gabriela Llansol

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    A vida viva vive

    na tese


    A vida viva vive. Escreveu o título e ficou a pensar no que significava. A vida viva vive. Gostava de começar pelos títulos, mas nem sempre o restante do texto se compunha de imediato. Ficou ali, a olhar os vês: vê - i, vê - a, vê - e. Vida viva vive. A frase como um vento soprando na cabeça vazia. A vida viva vive. Um substantivo, um adjetivo e um verbo precedidos de um artigo definido. Definido? Aquilo lhe incomodou. Talvez ficasse melhor se usasse um artigo indefinido. Uma vida viva vive. Incomodou-se também. Uma ou a? Se fosse a, pareceria uma sentença definitiva, uma abstração. A vida como todas as vidas. Não era isso que queria dizer com A vida viva vive. No entanto, se ficasse Uma vida viva vive, daria a sensação de que só aquela vida, aquela uma, a viva, e nenhuma outra, vive. Seria isso? Os olhos olhavam, as perguntas perguntavam, mas a cabeça, ainda mais vazia, só ventava. E o vento soprava, vês, vis, vas. Uma vida, a vida. Talvez mais importante do que o substantivo precedido de seu artigo, fossem o adjetivo e o verbo: viva vive. Viva poderia receber um ponto de exclamação e faria toda a diferença: Viva! Começava a delirar. Era sempre assim, quando a escrita travava, o delírio se intensificava. Delirava entre vas vês vis. Mas, afinal, o que queria mesmo dizer? __________________ silêncio. Respirou um pouco mais profundamente e voltou-se novamente para o título: A vida viva vive. Deixaria o artigo definido, não tinha forças para indefini-lo. Às vezes, pensava, é mais difícil indefinir do que simplesmente definir. Eis o título: A vida viva vive. O vento soprou mais uma vez, levando-lhe os últimos pensamentos, vês... O que era mesmo que queria dizer na crônica que escreveria com este título? A cabeça vazia ecoou: A vida viva vive.

     

    VEIGA, [Nina] Ana Lygia V. S. da. Fiar a escrita: políticas de narratividade – Exercícios e experimentações entre arte manual e escrita acadêmica. Um modo de existir em educações inspirado numa antropologia da imanência. Defesa de Doutorado em Educação no Programa de Pós-graduação em Educação PPGE/UFJF, 16/03/2015.

     

     

    Contribuições espontâneas

    Carta para Nina Veiga

    Reflexão sobre Lucas 1, 26-38 – Anunciação
    acesse em PDF

     

    Esta é uma reflexão, mas sobretudo uma inquietação.

    Nesta cena do evangelho diz-se que o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem desposada com um homem chamado José (Maria).

    Ele chega e diz-lhe: “Salvé, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”. Começa, então, aqui um diálogo entre o anjo e Maria. Ela perturbada tentava entender o que estava a acontecer e ele explica-lhe: “Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho…” (continua)

    E ela pergunta: “Como será isso se eu não conheço homem?

    E ele responde que o Espírito Santo fará acontecer tal como fez acontecer com Isabel, porque nada é impossível a Deus. No final Maria disse então: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

    Eu tenho meditado muita nesta passagem e por mais que eu tente não gosto dela. Estive num retiro espiritual Jesuíta no Verão em que justamente, esta passagem foi dada para meditação (entre outras).

    Foram dadas 2 pistas de compreensão: 1) o anúncio – a notícia – a perturbação

    2) o faça-se – aconteça – possibilita – a graça

    Fomos exortados a pensar nas notícias / eventos que nos veem, que no encontram e que nos perturbam e refletir sobre o que fazemos, como agimos nessa perturbação.

    Num segundo momento fomos exortados a pensar a possibilidade, a escolha com a consciência de que todas as escolhas implicam uma renúncia. Foi dito que como todas as escolhas trazem essa capacidade de renunciar, se só virmos, se só nos focarmos na perda, não estaremos a perceber o evangelho, a perceber a mensagem subjacente á anunciação.

    Por momentos fez sentido mas quando se desfez esse sentido, o que ficou?

    É uma mulher grávida sem saber de quem, num m omento de grande perturbação, de extrema perturbação que afirma: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

    Novamente, por mais que eu tente não encontro nada de positivo nesta frase e provavelmente esta frase oprimiu durante milénios a Mulher.

    Tudo nesta frase brada opressão, esta mulher não é livre, é uma escrava e assume-se como tal, ela sacrifica toda a sua vontade, porque ela é uma escrava logo não tem vontade, depois ela é, especificamente, a escrava do Senhor. E ainda que aqui este Senhor seja Deus, na verdade é um Deus de caracter masculino, inserido numa cultura patriarcal e por isso se chama Senhor. Isto vai dar azo a que durante milénios a mulher seja a escrava de muitos senhores, todos com s minúsculo.

    A seguir ela diz faça-se em mim, ela doa o seu corpo, e se como temos refletido, se o corpo é o espírito agora, imaginem só o que ela está a doar. E este faça-se é segundo a tua palavra. Este senhor nem sequer se move, ele não age, ele apenas fala porque o faça-se dá-se pela palavra. E isto vai transformar-se no dia-adia das mulheres no mando e desmando dos patriarcas. Eles não precisam de agir basta falarem.

    É claro que esta cena tem muitas leituras, algumas explicam esta frase de outra forma, em que Maria não é Maria e tudo isto é lido metaforicamente como um exemplo máximo de aceitação e do perdão último de nós próprios.

    Contudo como somos investigadoras da cultura material, da materialidade – um fio verde ou é verde ou não é verde. Assim eu não sei até que ponto podemos nos descolar do exemplo que é dado, desta anunciação feita desta forma, com estes intervenientes, e que teve consequências especificas para o género implicado, neste caso, o feminino. Tendo tido também implicações práticas na gravidez, maternidade, ter ou não ter filhos, na escolha da mulher.

    Por fim, resta-me questionar que relação é esta, entre Deus e a Humanidade que pressupõe uma escravidão. Na palavra escrava / escravidão não reside nada de bom, não nos enganemos. Se no plano humano definimos a escravatura como má e a banimos, não podemos no plano espiritual (idealizado) defini-la como boa e como meta a atingir.

    Resta-me perguntar, a realidade pose ser dual? O fio verde pode ser verde e não verde no mesmo espaço-tempo?

     

    Porto, 28 de Dezembro de 2019

    Dulcineia Cândida Bernardo Pinto

     

     

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    Angelico, annunciazione di cortona, vergine

    Dulcineia B. Pinto é natural do Bonfim, Porto, Portugal. Licenciada em Arqueologia (2003) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e doutorada em Letras, área de História, na especialidade de Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2012). Tem uma paixão pelas Artes-manuais, pelo saber-fazer que tem vindo a nutrir junto de Nina Veiga numa constante aprendizagem.

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    LERNER. Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix, 2019.

    Contribuições de Paula Flôres*, bordadeira e apaixonada pelas plantas, sobre o trabalho do filósofo Coccia, Emanuele.

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    *Paula Flôres - Psicóloga e Professora na Rede Municipal de Educação emPorto Alegre.
    Doutoranda em Psicologia Social na UFRGS.
    Mestre em Educação/FACED/UFRGS

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    Coccia, Emanuele. A vida das plantas: uma metafísica da mistura. Florianópolis/SC: Cultura e Barbárie Editora, 2018.
     

    Coccia, Emanuele. A virada vegetal. In: Série Pandemia. São Paulo: n-1 edições, 2018.
    Leia o texto completo
    aqui

    Acima, comentários e citações em áudio sobre o filósofo

    Emanuele Coccia
    (École des Hautes Études en

    Sciences Sociales - Paris)

    Leia o texto completo e assista a iconografia de Edição de Pedro A.H. Paixão. Tradução de Jorge Leandro Rosa. Iconografia de Carla Filipe.
    aqui

     

    ***

    Coccia, Emanuele. Mente e Matéria das Plantas.
    Tradução Nicoletta Cherobin na Revista Landa, 2013.
    Acesse aqui.

     

    ***

  • Sexta Noite Sagrada

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    Inteligência dos Duendes - Raquel Cachafeiro
    Parte 3

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    O lado polar desses dois seres, esses gafanhotos, Pis e Pás, temos o Senhor do Tempo com sua longa barba que representa a eternidade e cujo único desejo é acariciar sua longa barba, fala com uma voz volumosa, com uma presença que tudo contém ou pelo menos contém todos os tempos e sua vida é muito feliz até que um dia, preguiçoso acariciando sua longa barba, de repente é enganchado em um dos dois pequenos pontinhos que estavam abaixo da barba no queixo, onde começam a não ter pelos, esses pequenos momentos tão pequenos se desprendem e caem no vazio...Ele nunca mais poderia ser feliz novamente com sua longa barba, embora ainda fosse igualmente ampla, longuíssima, possuidora de tempos memoriais e imemoriais e memoráveis tempos e tempos desconhecidos.
    Ele entra em agonia do que aconteceu: como eu pude me negligenciar? Onde estão presos aqueles instantes?
    Isso facilita o encontro entre esses seres polares e o Senhor do Tempo, e nosso amigo Pis , um dos gafanhotos inquietos, que sabendo que na Terra estava havendo um problema... cada vez havia menos ervas, menos massa verde, menos fluidez de comunicação entre as espécies, menos ajustes para que os tempos pudessem ser abençoados por novos processos e para que cada um pudesse evoluir em si mesmo e conseguisse alcançar as alturas do senhor do tempo para queixar-se.
    E veja você, este aqui, que tinha uma queixa maior... um pobre rico homem, o que tinha todo o tempo à sua disposição, exceto por alguns momentos que lhe caíram , esses instantes quando caíram na Terra se tornaram nossas plantas. Que são as que tornam o processo mineral, que seria de longas eras, de períodos muito longos para a duração da vida de um ser humano se torna algo muito mais rápido, mas ainda sem deixar de ter uma grande profundidade .
    As plantas que dão sentido àquele momento em que através de uma percepção própria, intensa, através de um ato de contemplação de uma flor de uma árvore, através de um momento de verdadeira comunicação com outro ser da mesma espécie ou de outra espécie.
    Parece que entramos nesse estado de fluxo de tempo é onde se escondem meus amigos, permita-me chamá-los assim, pois sem eles não sinto a suficiente a amizade, não sinto suficiente encorajamento para que esforços sejam feitos todos os dias. E com eles o esforço para fazer a ponte entre os reinos , entre o visível e o invisível , se torna uma arte criativa, magna, excelsa é digna do melhor caçador de tesouros das fadas mais elogiadas e venerado pelos céus e culturas.
    Fazer a ponte entre a inteligência que vamos chamá-lo de Duendes, embora mais tarde especificaremos a inteligência dos duendes e a natureza e a natureza e o mundo do ser humano é algo milagroso, majestoso e digno de todos os que ousam se aventurar em sua própria revelação.

    Trecho da palestra: Inteligência dos Duendes
    Traduzido por Maria Cabreira a partir do podcast abaixo.

    Disponível em: https://www.ivoox.com/01-inteligencia-duendes-por-raquel-cachafeiro-audios-mp3_rf_44837290_1.html

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    Citações do sexto encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "cada dia estou de volto".

    Uma versão do verso de Raquel Cachafeiro

     

    Eu

    amo,

    recebo

    a vida.

    Cada dia estou de volta

    Do infinito dos meus sonhos.

    Compreendo e integro

    o conhecimento

    das flores.

    E no meu corpo

    me dou conta e celebro

    o cuidado

    dessas formas vivas de imanência beleza e inspiração.

    (Nina Veiga, justificativa neste vídeo aqui)

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    Uma epígrafe lembrança

    para pensar a linha do verso que diz: "cada dia estou de volta", que aponta para o retorno, para a memória.

     

    "No mais, sempre, afaste-se da permanência do não, pois embrutece e retira as forças criativas. 'Tecer é novo a cada dia', e não só o sol".

    VEIGA, [Nina] Ana. Minha Ariadne, o instante é eterno - Desejo como produção: Mil anos em cartas entre Ana Schiller e G.. São Paulo: Círculo das Artes, 2017.

    Um prólogo contemporâneo

    (pensando a questão da memória, do ritornelo, indicada pela linha do verso de Cachafeiro que diz: "cada dia estou de volta").

     

    Acerca de um ritornelo, por Sueli Rolnik, sobre o trabalho de Lygia Clark, adaptado por Nina numa paráfrase.

    Acessar o texto completo de Rolnik aqui.
     

    Chama a atenção a repetição insistente de algumas expressões, verdadeiros ritornelos. Começo por um deles, que menciona memória de corpo. De que corpo e de que memória Lygia Clark estaria falando?, pergunta Sueli Rolnik. Descubro que o corpo do qual Lygia tanto fala não é nem o corpo orgânico, nem a imagem do corpo, nem o invólucro de uma suposta interioridade imaginária, que constituiria a unidade de meu eu.

    O corpo vivido nesta experiência está para além deles todos, embora paradoxalmente os inclua: é o corpo do emaranhado de fluxos. Se este é o corpo que habitei, em que consiste a memória desse corpo?, volta a perguntar Rolnik. É obvio que não foi uma memória cronológica, depósito, arquivo de uma sequência biográfica, tampouco um esconderijo de representações reprimidas do passado.

    Mas sim, a memória do Arcaico, mas um dos seus ritirnelos, memória do corpo dos emaranhados, campo de experimentação de uma cronogênese: engendramento de linhas de tempo, especializando-se em novos mundos.

    Aí, uma outra pergunta, apresenta a autora: o que pretende Lygia inventando objetoa cuja visada é acessar a mamória do corpo?

    Não é a sensibilização ou a liberação catártica do corpo como fonte de prazer, nem a expressão ou a constituição de uma imagem do corpo como fonte de unidade psíquica, mas sim, promover a abertura na subjetividade para além de si mesmo: para o vivo!

    Contribuições espontâneas

    A biblioteca da Aureliane*

    *Aureliane Maria de Melo Lira – Graduada em Serviço Social na UFPB, Pós-Graduação em Deficiência Intelectual e Educação Inclusiva – Universidade Gama Filho, Terapeuta Social formada em Lautenbach/Alemanha, no IPEMA-cursou o Design em Permacultura. Fundadora da Associação Beneficente Guainumbi e co-fundadora do grupo MARSUL em Ubatuba.

    Apresentação da Elissangela*

    Elissangela Freitas Leite - Maçã, mulher, mãe, amiga, irmã curiosa e experimentadora das artes-manuais, arte educadora, terapeuta de cristais, apometria, estudante da antroposofia e aluna da Nina Veiga em pós-graduação em Artes Manuais para Terapia. E uma refazedora de si mesma.

  • Sétima Noite Sagrada

    Para outros modos de vivenciar essa época, acesse 12 Noites Santas

    Comentários sobre a Sétima Noite Sagrada

    (se inscreva no canal e ative o sininho para receber e notificação do nosso vídeo semanal sobre antroposofia da imanência e educação steineriana)

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    Acima, livro citado por Nina no vídeo do comentário
    DOURADO, Ana Maria; VIEIRA, Lucinda. Jardinagem e Ervas Medicinais para crianças. São Paulo: Meca, 1996,

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    Todos os dias, ao meio-dia,

    Nina Veiga comenta, ao vivo, sobre as 13 Noites Sagradas pelo Facebook.

    Acesse aqui.

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    Inteligência dos Duendes - Raquel Cachafeiro
    Parte 4

    Acesse o texto completo em PDF

     

    São divertidos e sagazes, estão ocorrendo muito mais do que ouso ser ou posso me tornar. Eles também são atrevidos, um pouco antes, se o que eles querem é causar alguma mudança.

    Bem, não estou dizendo nada de novo, eles foram descritos nas histórias antigas incluindo as tradicionais histórias de Andersen ou Grimm, mas também nas de diferentes culturas que pude ler em uma época em que procurei ver se havia uma maneira lógica de contá-los além da minha, porque para mim, lê-los e saber sobre eles em histórias é como visitá-los em uma prisão. É o mesmo que colocar o valor da poesia na metáfora e igual à realidade externa ou na realidade alterada.

    Não não não, a poesia, a metáfora, os Duendes são um estado de fluxo poético de englobar com um estado elevado de nós mesmos algo que também vivemos todos os dias

    Eu amo a prosa, amo o velho castelhano, mas amo os jogos líricos e abundantes que surgem nos prados, que surgem entre os Duendes e o ser humano. Eu vivo de novo e de novo com autênticos jogos de palavras que são muito mais divertidos, que trabalham para um mundo que devemos agora construir todos juntos.

    Bem, isso também é para heróis, é também para pessoas que se atrevem a mudar seus limites e, por favor, que querem ser lógicas, constantes, aventureiras, mas também definidoras de uma verdade. Não estou aqui para substituir o raciocínio de ninguém, nem a decisão lógica de usar claramente seus sentidos, se há uma frase que me inspira é que: quem tem olhos que veja e quem tem ouvidos que ouça, e assim se vão nomeando até 15 sentidos, entre eles, o Sentido da Vida e o Sentido do Ser.

    Obrigado se alguém que está me ouvindo está acompanhando os meus vídeos no YouTube e Facebook que às vezes quando vou a diferentes povoados ou cidades, me inspira o que ouço, eu realmente aprecio isso,

    E agora peço que você dê uma passo a mais , que se você quiser se aventurar em seu próprio mapa da realidade, colocando essa realidade de que, mais do que extrassensorial é sensorial extra, mais do que extraterrestre é terrestre extra, mas esse "extra" é o que nos pode dar algumas chaves para mudar para tais coisas.

    Alguns anos atrás eu pensei que, se isso fosse verdade, como estávamos vivendo, teria que ser algo útil para algo que a humanidade e os próprios seres mágicos ou Duendes estavam precisando, porque obviamente é injusto que seja apenas de um lado de onde dúvidas e necessidades são resolvidas e, por outro lado, nenhuma está sendo resolvida.


    Trecho da palestra: Inteligência dos Duendes
    Traduzido por Maria Cabreira a partir do podcast abaixo.

    Disponível em: https://www.ivoox.com/01-inteligencia-duendes-por-raquel-cachafeiro-audios-mp3_rf_44837290_1.html

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    Citações do sétimo encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "do infinito dos meus sonhos".

    3 epígrafes de Clarice Lispector:

    Uma epígrafe autopoiética

     

    "Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir".

    Uma epígrafe difusa

     

    "[...] fica sempre a certeza de que se dormiu e se sonhou".

     

    Uma epígrafe canalizada

     

    "Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando as frases desconexas como no sonho. É difícil, estando acordada, sonhar livremente nos meus remotos mistérios".

    Uma aula
    "A quantidade de repouso de que você precisa é muito pessoal. Você é uma pessoa noturna ou diurna? Preste atenção ao corpo. Quando seu corpo necessita de repouso? Aprecia um bom sono profundo, de seis a nove horas, ou prefere um menor período de sono à noite e pequenas sonecas durante o dia? Quando estiver cansada, descanse, seja qual for a hora, ou coisa que o valha, para receber energia. Atente para as necessidades do seu corpo. Se não puder dormir meia hora, experimente quinze minutos. Aposto que poderá encontrá-los, em seu dia, por mais trabalhoso que ele seja".
    BRENNAN, Barbara Ann.

    Mãos de luz: um guia para a cura através do compode energia humana. São Paulo: Pensamento, 1990.

    Contribuições espontâneas

    Contribuições da Leila Brito*

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    Olá Nina!
    Tudo bem?
    Finalizei meu bordadinho de folhas, coloquei uns feijões para germinar, estou terminando esta leitura, que quero compartilhar com você.

    "Sobre os ossos dos mortos"

    de Olga Tokarczuc.
    Um romance que se passa na região da Polônia, a personagem principal vive numa vila isolada em meio a natureza, a mesma se dedica aos estudos da astrologia.
    Mas o que me chamou a atenção na leitura é justamente sua postura de cuidado com as casas, a vila, o modo de vida, e a vida silvestre e sua preservação.
    É um livro bem atual, porque ao lê-lo a todo momento penso no nosso país e num movimento que ocorre mundialmente, nós os seres humanos não respeitando os outros seres e quem faz resistência a isso, é considerado louco ou "de esquerda" e, por aí vai.
    Um romance cheio de imagens belas para refletirmos sobre a nossa condição humana.

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    Segue uma epígrafe contida no livro

     

    "Tudo o que nasceu para morrer
    Precisa ser devorado pela Terra."

    Sobre a autora:

    Vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, Olga Tokarczuc é o nome mais conhecido da literatura polonesa contemporânea.

    Nascida em 1962, e autora de roteiros e dezenas de livros, é uma voz dissonante da atual política repressiva dos países do Leste Europeu.

    "A primeira casa da minha ronda pertencia ao professor e sua esposa. Era minha casa preferida [...]

    A neve deslizava e caía sobre o solo, permanecendo assim até maio, ao pé da parede setentrional, deixando a umidade penetrar no interior da casa. Nessas horas tinha que tirar a neve. Era um trabalho duro, ingrato. Na primavera tinha que cuidar do jardim _ plantar flores e tomar conta daquelas que já cresciam num pedregoso fragmento de terra em frente à casa. Fazia isso com prazer. [...]"

    TOKARCZUC, Olga. Sobre os ossos dos mortos. São Paulo: Todavia Editora, 2019.

    *Leila Brito
    Psicoterapeuta de orientação junguiana, especialista em Psicologia Junguiana (Facis), pós graduação em Docência do Ensino Superior (UNICID).

    Contribuições Maria Cabreira*

    FILME : O LABIRINTO - KATE MOSSE

    Labyrinth 1/2

    FILME : O LABIRINTO - KATE MOSSE

    Labyrinth 2/2

    Maria Cabreira, em seu atelier Artesania em Lã, São Paulo, Paraiba, Brasil é terapeuta Pedagogia Curativa e Terapia Social Antroposófica

  • Oitava Noite Sagrada

    Para outros modos de vivenciar essa época, acesse 12 Noites Santas

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    Todos os dias, ao meio-dia,

    Nina Veiga comenta, ao vivo, sobre as 13 Noites Sagradas pelo Facebook.

    Acesse aqui.

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    Inteligência dos Duendes - Raquel Cachafeiro
    Parte 5

    Acesse o texto completo em PDF

     

    Ao longo desses 30 anos de estrada, depois de ter feito uma preparação consciente e muito disciplinada da observação, posso dizer-lhes que serve para ambos os lados. Posso compartilhar como fazemos isso, mas ainda estou ansiosa para compartilhá-lo em um nível muito maior e, é claro, neste momento, no qual digo o que chamo de uma nova mitologia climática, essa lógica tinha que vir.

    Desde pequena quando pensava... como será o dia de hoje?

             Ui!! Ao que se referem? ... quando ia ... Hummm...Que dia ruim! Porque chove se precisamos de água? ... Que dia abençoado!

    Uff, eu aposto que será um dia mais difícil porque está nevando...meu deus! Mesmo assim está tão bonito...

    Vale a pena não conhecer alguns fatos inconvenientes, mas é que não percebemos mais o que nos traz bênçãos, que sempre estaremos em uma escala de valor de bom e ruim.

    Bem, aqui começa um trabalho verdadeiro, vamos diferenciar o conceito vida e vital com tudo o que os une... e une ao tempo de vida também o conceito de bom e ruim. Porque na verdade eles nos disseram que o paraíso tinha duas árvores: a árvore do bem e do mal.

    A macieira, a árvore da macieira, teve uma diferença comigo, de me guiar neste caminho e eu fui difícil de segui-lo. Posso garantir que, mesmo no começo, eu disse essa piada de formas antropomórficas nas árvores para mim não funciona, porque não o procuro que pareça conosco, eu estou apaixonada pelos outros como são, e a única coisa que pretendo descobrir esse espaço intermediário em que minha capacidade de ver é a sua capacidade de expressá-los e como eu sei que está me alcançando muito mais do que posso nomear hoje, quero explorar isto.

    Muitos anos depois, uma criança com menos de 3 anos ... muitas vezes eu o ouvia dizer: sou burro porque não pinto uma árvore como a vejo, ele já estava lutando com o seu cérebro, com a suposta maneira de ver uma árvore e com a que supostamente tinha que não sabia como era, eu disse: bem vindo ao mundo daqueles que observamos e nos damos conta de que não vemos.

    Bem vindos ao mundo dos Duendes de Natal no fantástico, maravilhoso e real mundo dos Duendes.

    Se você quiser aproveitar sua própria disponibilidade e se juntar a esse esforço para ver, nomear e decidir onde estão os limites.

    A própria palavra corpo em si significa limite, no entanto, todo limite, é a plataforma do ilimitado, vamos ver por dentro e por fora, a corresponde que isto, vamos explorá-lo juntos e, acima de tudo, ousaremos entrar no tempo, no tempo de Leão, no tempo que guarda os mistérios do ano e o heróico ato de ser capaz de nomear o invisível.

    Obrigada por estar aqui.


    Trecho da palestra: Inteligência dos Duendes
    Traduzido por Maria Cabreira a partir do podcast abaixo.

    Disponível em: https://www.ivoox.com/01-inteligencia-duendes-por-raquel-cachafeiro-audios-mp3_rf_44837290_1.html

     

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    Citações do oitavo encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "compreendo e integro".

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    O que é ser contemporâneo?

    Christine Gruwez

    Acesse o site da Editora Antroposófica aqui.

    Uma epígrafe de compreensão

     

    "O Apocalipse now [...] tem-se a impressão de uma sequência de cenas de desolação e declínio. Contido, deveríamos compreender as mais variadas catástrofes e provocações como fenômenos secundários de um nascimento próximo - tratando-se, no fundo, de dores de parto".

     

    Uma epígrafe de integração

     

    "Porém, o nascimento, cujas dores são causas dos horrores descritos, não é reproduzido. Aquilo que quer nascer se esquiva a qualquel descrição. Apenas se consegue falar das dores do parto".

    Uma aula

     

    "Contudo, não é completamente impossível transmitir algo sobre o nascimento daquilo que está por vir. Além das dores do 'dar a luz', existem também outros sinais que acompanham esse nascimento. Esses sinais, por sua vez, indicam quem os envia. A seguir, apresento três desses sinais:

     

    1) crescente tendência à comercialização;

    2) crescente tendência ao nivelamento e à uniformização;

    3) crescente tendência ao fundamentalismo.

    (p. 107 - 112)

     

     

    Contribuições espontâneas

    Contribuições de Ana Gomide*

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    Marina Colasanti- livro "Doze reis e a moça no labirinto do vento"

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    A mulher ramada

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    Bordado Deméter, por Ana.

    A Mulher Ramada


    acesse texto em PDF

     

     

     

    Verde claro, verde escuro, canteiro de flores, arbusto entalhado, e de novo verde claro, verde escuro, imenso lençol do gramado; lá longe o palácio. Assim o jardineiro via o mundo, toda vez que levantava a cabeça do trabalho.

     

    E via carruagens chegando, silhuetas de damas arrastando os mantos nas aléias, cavaleiros partindo para a caça.

     

    Mas a ele, no canto mais afastado do jardim, que a seus cuidados cabia, ninguém via. Plantando, podando, cuidando do chão, confundia-se quase com suas plantas, mimetizava-se com as estações. E se às vezes, distraído, murmurava sozinho alguma coisa, sua voz não se entrelaçava à música distante que vinha dos salões, mas se deixava ficar pelas folhas, sem que ninguém a viesse colher.

     

    Já se fazia grande e frondosa a primeira árvore que havia plantado naquele jardim, quando uma dor de solidão começou a enraizar-se no seu peito. E passados dias, e passados meses, só não passando a dor, disse o jardineiro a si mesmo que era tempo de ter uma companheira.

     

    No dia seguinte, trazidas num saco duas belas mudas de rosa, o homem escolheu o lugar, ajoelhou-se, cavou cuidadoso a primeira cova, mediu um palmo, cavou a segunda, e com gestos sábios de amor enterrou as raízes. Ao redor afundou um pouco a terra, para que a água de chuva e rega mantivesse sempre molhados os pés da rosa.

     

    Foi preciso esperar. Mas ele, que há tanto esperava, não tinha pressa. E quando os primeiros, tênues galhos despontaram, carinhosamente os podou, dispondo-se a esperar novamente, até que outra brotação se fizesse mais forte.

     

    Durante meses trabalhou conduzindo os ramos de forma a preencher o desenho que só ele sabia, podando os espigões teimosos que escapavam á harmonia exigida. E aos poucos, entre suas mãos, o arbusto foi tomando feitio, fazendo surgir dos pés plantados no gramado duas lindas pernas, depois o ventre, os seios, os gentis braços da mulher que seria sua. Por último, cuidado maior, a cabeça levemente inclinada para o lado.

     

    O Jardineiro ainda deu os últimos retoques com a ponta da tesoura. Ajeitou o cabelo, arredondou a curva de um joelho. Depois, afastando-se para olhar, murmurou encantado:

    --Bom dia, Rosamulher.

     

    Agora levantando a cabeça do trabalho, não procurava mais a distância. Voltava-se para ela, sorria, contava o longo silêncio da sua vida. E quando o vento batia no jardim, agitando os braços verdes, movendo a cintura, ele todo se sentia vergar de amor, como se o vento o agitasse por dentro.

     

    Acabou o verão, fez-se inverno. A neve envolveu com seu mármore a mulher ramada. Sem plantas para cuidar, agora que todas descansavam, ainda assim o jardineiro ia todos os dias visita-la. Viu a neve fazer-se gelo. Viu o gelo desfazer-se em gotas. E um dia em que o sol parecia mais morno do que de costume, viu de repente, na ponta dos dedos esgalhados, surgir a primeira brotação na primavera.

     

    Em pouco, o jardim vestiu o cetim das folhas novas. Em cada tronco, em cada haste, em cada pendúculo, a seiva empurrou para fora pétalas e pistilos. E mesmo no escuro da terra os bulbos acordaram, espreguiçando-se em pequenas pontas verdes.

     

    Mas enquanto todos os arbustos se enfeitavam de flores, nem uma só gota de vermelho brilhava no corpo da roseira. Nua, obedecia ao esforço de seu jardineiro que, temendo que viesse a floração a romper tanta beleza, cortava rente todos os botões.

     

    De tanto contraria a primavera, adoeceu porém o jardineiro. E ardendo de amor e febre na cama, inutilmente chamou por sua amada.

     

    Muitos dias se passaram antes que pudesse voltar ao jardim. Quando afinal conseguiu se levantar para procurá-la, percebeu de longe a marca da sua ausência. Embaralhando-se aos cabelos, desfazendo a curva da testa, uma rosa embabadava suas pétalas entre os olhos da mulher. E já outra no seio despontava.

     

    Parado diante dela, ele olhava e olhava. Perdida estava a perfeição do rosto, perdida a expressão do olhar. Mas do seu amor nada se perdia. Florida, pareceu-lhe ainda mais linda. Nunca Rosamulher fora tão rosa. E seu coração de jardineiro soube que jamais teria coragem de podá-la. Nem mesmo para mantê-la presa em seu desenho.

     

    Então docemente a abraçou descansando a cabeça no seu ombro. E esperou.

     

    E sentindo sua espera, a mulher –rosa começou a brotar, lançando galhos, abrindo folhas, envolvendo-o em botões, casulo de flores e perfumes.

     

    Ao longe, raras damas surpreenderam-se com o súbito esplendor da roseira. Um cavaleiro reteve seu cavalo. Por um instante pararam, atraídos. Depois voltaram a cabeça e a atenção, retomando seus caminhos. Sem perceber debaixo das flores o estreito abraço dos amantes.

     

     

    (Marina Colasanti- livro "Doze reis e a moça no labirinto do vento")

    Ana Maria Gomyde. Coordenadora Pedagógica na Rede Municipal de São José do Rio Preto/SP. Mãe, caminhante, aprendiz, mestre em experimentações na cozinha, no Jardim de casa e nas artes-manuais.
    Tecendo fios de vida.

    Contribuições de Mirella*

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    Primeira Noite Sagrada:

    Título: Pés, raízes e âncoras

    Texto: Eu sou alguém que na terra e na água guia meus passos com a minha caminhada, sustentada pelos meus próprios pés, que hora pisam na terra me sustentado e enraizando, e hora me impulsionam a nadar nas águas profundas e a seguir no fluxo da vida, me ancorando da presença do EU SOU. Card de Soulcollage ®

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    Quarta Noite Sagrada:

    Título: A serviço da vida

    Texto: Eu sou alguém que, através da sabedoria Cósmica, se alinha às metas espirituais, as quais possibilitam a realização do propósito no planeta Terra.
    Recebo as energias Cósmicas com o dom de curar a mim mesma e ajudar na cura planetária.

    Card de Soulcollage ®

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    Segunda Noite Sagrada:

    Título: Bons ventos sopram na minha direção

    Texto: Eu sou alguém que passa por todas as estações e sempre floresce! Os sopros dos anjos e os bons ventos me guiam sempre pelos melhores caminhos! De braços abertos recebo o amor angelical.

     

    Card de Soulcollage ®

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    Quinta Noite Sagrada:

    Título: Equilíbrio e dualidade

    Texto: Eu sou alguém que vê na dualidade uma possibilidade de exercitar a capacidade interior de transmutar e recordar a verdadeira natureza.

    Card de Soulcollage ®

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    Terceira Noite Sagrada:

    Título: A sombra é a mestra. A luz é a guia.

    Texto: Eu sou alguém que recebe a proteção e as mensagens celestiais e permanece centrada na tarefa de lapidar a própria personalidade, acolhendo a sombra e seguindo o caminho da luz.

     

    Card de Soulcollage ®

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    Sexta Noite Sagrada:



    em breve...



    Card de Soulcollage ®

    *Mirella Badarane é Consteladora Sistêmica em formação pelo Instituto Constelar, Moon Mother®, Advogada, Especialista em Direito de Família, Pedagoga e atua como Docente nos cursos de Direito de Pós-graduação EAD. Seu instagram aqui.

  • Nona Noite Sagrada

    Para outros modos de vivenciar essa época, acesse 12 Noites Santas

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    Todos os dias, ao meio-dia,

    Nina Veiga comenta, ao vivo, sobre as 13 Noites Sagradas pelo Facebook.

    Acesse aqui.

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    EXPERIÊNCIA

    Entrevista feita pelo canal de TV Un Mundo Mejor em 04/05/2016

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    Acesse a entrevita completa, aqui, traduzida por Maria Cabreira.

    "Raquel Cachafeiro Gil, é conhecida como a fotógrafa de verdadeiros Duendes e Fadas. Ela é autora de livros cheios de magia verificável, como: "Cure a terra", "O espírito da macieira" ou "O livro de rostos de árvores, plantas e arbustos". Este último foi reconhecido por grandes autores, como Rupert Sheldraker e Marilyn Rossner, como uma verdadeira revelação no conhecimento da consciência das plantas e na expressão espiritual de árvores e plantas.

    Raquel nos mostra, a partir de sua experiência com o mundo das plantas, como podemos interagir com o centro de harmonização a partir do elo estabelecido com a floresta sagrada da Selva de Irati para criar um mundo melhor para todos, traçando um caminho de crescimento que pode nos ajudar dar um grande salto em nosso modo de vida".

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    Clarissa Pinkola Estés, poeta e psicanalista traz em seu livro sofisticados e entrelaçados contos de perda, sobrevivência e renascimento. Com sensibilidade, humor e profundo otimismo, a obra é a história de uma criança de coração aberto, que cresceu ouvindo atentamente os velhos de sua terra, para perpetuá-los, como contadora capaz de cativar ouvintes e leitores de todas as idades com a 'magistral força da vida'. no no google livros aqui.

    Citações do nono encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "o conhecimento".

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    Uma epígrafe complexa

     

    "O devir não é devir de algo permanente. Isto significa que há um primado da transformação sobre o transformado, do movimento sobre o móvel, da mudança sobre os estados". (p. 44)*

    Um problema

     

    "Comprometidos com o projeto epistemológico da modernidade, que atravessa, de resto, toda ciência moderna, os grandes sistemas entendem o campo da cognição com espaço de representação. A formulação científica do problema é feita em termos de forma, estrutura ou sistema cognitivo, que ocupa o espaço intermediário das relações entre o sujeito cognoscente e o objeto que se dá a conhecer, região que é considerada como operando segundo leis gerais, a maneira das ciências físico-naturais". (p. 21)*

    *KASTRUP, Virgínia. A invenção de si e do mundo: uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição. São Paulo: Autência, 1999.

    Uma pergunta norteadora

     

    Como estar presente ao presente para a produção de um conhecimento vivo?
     

    Uma afirmação

     

    "A aprendizagem não é então adaptação a um ambiente dado, nem obtenção de um saber, mas experimentação, invenção de si e do mundo". (p. 101)**

     

    Uma fórmula

     

    "SER = FAZER = CONHECER
    Quando o vivo se define como sistema autopoiético, seu operar se confunde com o próprio processo de criação de si". (p. 101)**

    Uma aula

     

    "É vivo o que preserva sua capacidade de autonomia e de criação dos próprios componentes". (p. 207)**

    **KASTRUP, Virgínia; TEDESCO, Silvia; PASSOS, Eduardo. Políticas da Cognição. Porto Alegre: Sulina, 2008.
     

     

     

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    Contribuições espontâneas

    Contribuição da Juliana*

    *Juliana Troll Trujillo é mulher, mãe, esposa, amiga, artista e escritora. Adora usar a criatividade para trazer belas obras ao mundo. Baseia suas obras em suas vivências, na pedagogia Waldorf e no sagrado feminino.

  • Décima Noite Sagrada

    Para outros modos de vivenciar essa época, acesse 12 Noites Santas

    (se inscreva no canal e ative o sininho para receber e notificação do nosso vídeo semanal sobre antroposofia da imanência e educação steineriana)

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    Todos os dias, ao meio-dia,

    Nina Veiga comenta, ao vivo, sobre as 13 Noites Sagradas pelo Facebook.

    Acesse aqui.

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    A minha sugestão no lugar da leitura é um exercício prático de cada uma das participantes visualizar por alguns minutos uma árvore em flores que tenha um significado especial* e que depois envie os relatos para nós, para ser inserido no site. Vale expressar através da escrita, de pintura ou desenho e do bordado. O que vc acha? (Maria Cabreira)

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    Citações do décimo encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "das flores".

    Um místério

    A relação entre mulheres e flores.

    Uns sentimentos ambíguos

    Amar flores. Detestar a relação cultural flores e mulheres.

    Uma força apaziguadora

    O mito de Perséfone: beleza da alma renovada anualmente.

    Um verso citado pela Dra. Gudrun*

     

    Olha a planta,

    Ela é a borboleta

    Aprisionada pela terra.

    Olha a borboleta,

    Ela é a planta

    Liberta pelo cosmos.

    (R. Steiner)

    Um enfoque antroposófico
    pela Dra. Gudrun*

     

    "Ao observarmos as flores, vemos como casa uma atrai, por exemplo, um determinado tipo de borboleta, sendo as cores das asas da borboleta idênticas às pétalas da flor - ou uma certa forma de flor que é como a imagem negativa de um besouro, parecendo ter sido criada para ele".

    (p. 8)

     

    "As flores despertam em nós sentimentos de amor (como a rosa); de pureza (como o lírio); de singeleza (como a violeta); elementos anímicos que nem a raiz, nem a folha despertam".

    (p. 8)

     

     

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    Um processo

    "Os processos que levam à formação da flor dependem do calor, poderiam ser denominados de acordo com o termo alquimista antigo, "processos sulfurosos".

    (p. 9)

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    Uma dinâmica de forças

     

    Na flor, os processos são de expansão, sutilização da substância, formas irradiantes do centro para a periferia, ou esféricas, chegando à dissolução total da forma, transformando-se em odor, volatização das substância - o processo de calor domina.
    (p. 10)

    Uma aula sobre a flor relacionada ao processo metabólico pela Dra. Gudrun*

     

    A relação da tríplice organização humana com a tríplice organização da planta.

     

    A parte inferior do nosso organismo, a metabólica, a reprodutora, está relacionada ao polo flor e fruto da planta. Na inflorecência, a planta tende para o lado animal: suas flores em forma de lábios, borboletas etc. É também aí que se encontram os órgãos reprodutores da planta; é a região onde se passam as profundezas mudanças metabólicas da substância, tais como a formação de açúcares, óleos e proteínas; é também a região mas 'quente' da planta; é o mesmo calor necessário aos nossos processos metabólicos. A atuação das flores - e frutos - se faz sobre os órgãos metabólicos e a formação do sangue.

    (p. 23-24)

     

    Ilustração: A planta entre o mineral e o animal,

    de Rudolf Hauschka.

     

     

    *Gudrun Burkhard

     

    Novos caminhos de alimentação - 1

    Conceitos básico para uma alimentação sadia.

     

    Acesse o site da Editora Antroposófica aqui.

     

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    Contribuições espontâneas

    Contribuição Dulcineia*
    O NÃO libertador de Jesus

    Acesse o texto em PDF

     

    Reflexão sobre Mateus 4, 1-11 – Tentações no deserto

     

    A reflexão que hoje apresento é uma das partes da reflexão do Sim de Maria. Refletir sobre o Sim é refletir sobre o Não, por isso pergunto-me que Não é este?

    Baseada na leitura de Mateus 4, 1-11, mais conhecida pelas tentações de Jesus no deserto, penso no Não libertador de Jesus.

    Mais uma vez não irei ler a leitura para não estender esta reflexão.

    Então, o Espírito conduz Jesus até ao deserto com a intenção de Este ser tentado pelo Demónio. O Demónio aproxima-se e apresenta a primeira tentação: não ter fome. Diz-lhe: “Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pão.” Responde-lhe Jesus: Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”

    Apresenta-lhe então a segunda tentação: não morrer. O Demónio diz-lhe: “Se Tu és do Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos anjos: eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.” Disse-lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás ao Senhor teu Deus.”

    O Demónio apresenta-lhe então a terceira tentação: tudo o que está na terra Lhe pertencer. Diz-lhe: “Tudo isto te darei se prostrado, me adorares.” Responde-lhe Jesus: “Vai-te Satanás, pois está escrito: “Ao Senhor teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.””

    Das três vezes como ouvimos, Jesus respondeu Não. Um Não de poder, da afirmação da sua autenticidade, sem este Não, Jesus não seria Jesus. É o poder afirmativo e libertador do Não que vemos aqui, o Não que permite Não errar, o Não que permite uma escolha consciente, o não de quem sabe que essa renúncia terá uma consequência, mas ainda assim a escolhe.

    E, até aqui nada contra, pensamos nós pessoas sem género, almas em busca da Verdade.

    Contudo, não é assim.

    Jesus escolhe ter fome, o Eu masculino escolhe a fome entrando em confronto com o Eu feminino que permite a alimentação das suas crias. A mulher alimenta com o seu leite, mata a fome, a fome morre com ela. E ainda que esta leitura possa parecer rebuscada, muitos a devem ter pensado no Passado e este Não afirmativo de Jesus contrapõe-se ao feminino.

    Jesus escolhe morrer, o Eu masculino escolhe morrer entrando em confronto com o Eu feminino que tantas vezes é retratado como o dador da vida, a salvaguarda da vida. Quantas histórias conhecemos de mulheres que salvam a vida dos seus filhos da morte eminente. Claro, diremos, a vida dos filhos não é a vida da mãe? Será que há mesmo uma diferença?

    Jesus escolhe a pobreza, o não poder, a fragilidade, o Eu masculino escolhe uma vida de percalços e dificuldade entrando em contraponto, novamente, com o Eu feminino, que move mundos e fundos para que os seus filhos não passem fome, nem frio, e que a vida se torne agradável e não desagradável.

    Assim o Não libertador de Jesus, masculinizado, terá sido usado ao longo de milénios para justificar o comportamento intrépido do homem, ter fome, ter frio, não ter casa, não se preocupar com a própria vida torna-se um comportamento aceitável se vier do homem. A sua vontade de ser justifica a ação, o Não libertador justifica o homem libertado das amarras do mundo, a sua vontade é justificada.

    É claro que uma leitura teológica moderna nos dirá que o Não libertador não tem género, mas o Não libertador surge aqui na boca de um homem, Jesus. Será que podemos nos descolar desta realidade de género? Será que podemos? Será que queremos?

    Muitos nãos e muitos sins são ditos ao longo da História e também da nossa história. O seu carácter libertador e opressor pode não estar ligado ao sim ou ao não; a minha intuição diz-me que tal carácter, a nível pessoal, se relaciona com o contexto específico de cada escolha.

    Contudo, não deixa de ser revelador o Sim vir de Maria e o Não vir de Jesus.

    Termino dizendo que poderiam ter sido usados outros exemplos, contudo estes são paradigmáticos da narrativa bíblica do Novo Testamento.

     

    Porto, 2 de Janeiro de 2020

    Dulcineia Cândida Bernardo Pinto

     

    *Dulcineia B. Pinto é natural do Bonfim, Porto, Portugal. Licenciada em Arqueologia (2003) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e doutorada em Letras, área de História, na especialidade de Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2012). Tem uma paixão pelas Artes-manuais, pelo saber-fazer que tem vindo a nutrir junto de Nina Veiga numa constante aprendizagem.

    Contribuição da Cintia*

    Apresentação da Agenda 2020 do Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais.

     

    O SER HUMANO E A PLANTA

    A agenda de 2020 é muito importante para nós, as ilustrações que colorem suas páginas e nos acompanharão pelo ano de 2020 são um presente dos alunos do 12º ano de 2019 para toda a comunidade. Ela faz uma homenagem à natureza e ao homem. Ilustrada com plantas brasileiras e poemas de Fernando Pessoa e seus heterônimos, as poesias fazem referência à natureza e as plantas foram escolhidas para ilustrar os meses em que frutificam.

    A Antroposofia faz uma relação especial entre homem e planta. Pensemos na planta frutífera enquanto um arquétipo, ou seja, uma ideia universal. Imaginando essa planta de cabeça para baixo, posicionada ao lado de um humano, veremos o quanto seus organismos se assemelham. A raiz se compara à cabeça, o caule à coluna vertebral, e flor e fruto aos órgãos reprodutores. Essa correlação se torna ainda mais nítida quando se observa as funções desempenhadas por cada uma dessas três partes.

    Na cabeça humana, olhos, nariz, boca e ouvidos se encarregam de perceber, sentir e processar tudo o que vem do mundo ao redor. Na planta, as raízes realizam tal papel: muito bem inseridas na terra, absorvem de fora toda a água, os nutrientes e sais minerais necessario para o crescimento. As raízes também são associadas à atividade do pensar humano, se estabelecendo em rede buscando interpretar a realidade ali presente. Em alguns casos, as plantas possuem bulbos, estruturas que acumulam energia para um uso posterior. E da mesma forma, alguns pensadores acumulam conhecimento para poderem distribuir em tempos de escassez.

    No humano, os pulmões e o coração funcionam de forma rítmica, realizando as trocas gasosas e pulsando gerando a circulação. No reino vegetal, esse processo ocorre no caule e nas folhas, através da fotossíntese. A seiva, como sangue, transita pelo organismo conduzindo os nutrientes para todas as células.

    No homem, o que determina a movimentação, a digestão, o metabolismo, e a reprodução é o chamado sistema metabólico-motor. São atividades de caráter expansivo, que promovem a interação com o mundo externo. Na planta, os órgãos que proporcionam funções semelhantes sãos flores e os frutos. Através dos cheiros, das fortes cores, do pólen, do néctar, do sabor, o reino vegetal estreita seu contato com o reino animal.

    Essas pequenas coincidências anatômicas entre homem e planta são apenas uma singela pontinha dessa relação que se manifesta em inúmeros âmbitos. A planta mora no homem, o homem mora na planta.

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    Nina Magnani
    Poetisa, Psicóloga, Ativista pelos direitos humanos e ambientalista. Participante da Academia Nova-limense de Letras.

     

    Contato:
    Watsapp: 31 99787-0054
    E-mail : ninamagnani@yahoo.com.br

     

     

     

     

    *Cíntia Campolina
    Aconselhadora Biográfica (Grupo VI - Artemísia).
    Psicóloga e Psicanalista.
    Formações livres em Terapias Corporais.

  • Décima Primeira Noite Sagrada

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    Parte 1

    Entrevista de Raquel Cachafeiro ao Instituto Intuir - COSMOÉTICA
    INTUIR = Talvez você possa nos falar sobre muitas coisas, mas hoje eu gostaria de focar para que nos conte um pouco aqui sobre estas oito Damas.
    RAQUEL = Nesse caso, acho que você terá as Damas de Bétula e, como me eu coloquei, são oito , são as sete de Bétula e a Dama das Rosas. Sim, mas é impossível não falar agora sobre as Damas das Rosas, porque realmente o trabalho das Damas é refletir para nós o momento de um grande evento em que o ser humano tinha memória e ele percebeu que tinha memória, pois isso facilitava todo o processo para o aprendizado.
    Isso está gravado nas Rosáceas e é por isso que a passagem das Rosas nas árvores produz uma certificação da terra e da abundância, é algo super celebrado pela Bétula, especialmente com a vontade, a vontade do ser humano e as Damas que guardam a Bétula. As áreas do encontro entre o mundo interior e o mundo exterior e preveem um bom futuro.

    É lindo e isso tem uma relação com os idiomas mínimos.
    Isso tem uma realização total com os sete cosméticos magníficos que preparamos para lembrar da jornada cósmica, como é o nome dos dias da semana em sete fases, em uma respiração cósmica perfeitamente ordenados dentro ou fora dos planetas internos e externos. E é dado ao ser humano como chave de segurança de que ele não esquecerá de toda a sua origem.
    INTUIR = E foi através dos sistemas físicos que eles chegaram a esses produtos magníficos e espetaculares. Graças a você, eles foram capazes de se apresentar nesses formatos.
    RAQUEL = Sim, é uma honra e um luxo fazer parte daqueles que ajudaram a estar aqui, após dedicar muitos anos de observação às plantas e aos seres humanos e seu relacionamento e ter escolhido um caminho de investigação, investigação de desenvolvimento pessoal também.
    Bem, o que não estava traçado e teve que vir à tona foi a relação do ser humano com as plantas , que foram cantadas e valorizadas em todas as culturas e foram abençoadas. Mas, ao invés disso, o ser humano não estava ciente, devemos fazê-lo consciente, mas hoje no Século 21 ele já não tem a força que teve e pode-se dizer que a perdeu por inteiro.
    A Rosa, a Maça e especialmente a Bétula, a mais velha, também me orientaram a seguir esse caminho e, graças a Deus, encontrei na terra profissionais formados e capacitados para transformar isso em realidade... alguém já disse: "que são verdadeiros livros de untar e loções para sonhar".
    Trecho da entrevista, traduzido por Maria Cabreira

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    Citações do décimo primeiro encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "e no meu corpo".

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    Uma epígrafe de sonho

     

    "Estou querendo o possível".

     

    BERTHERAT, Thérèse; BERNSTEIN, Carol. O correio do corpo: novas vias da antiginástica. São Paulo: Martins Fontes, 1986, p. 6.

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    Uma epígrafe real

     

    "É no possível que está o problema".

    ATWOOD, Margaret. O conto da aia. São Paulo: Rocco, 2006, p. 144.

     

     

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    Um susto

     

    "O corpo sacode, é líquido aquoso, por ele destilam todas as suas marcas, suas ideias justas, suas verdades constituídas".

     

    ALCANTARA, Clarissa. Corpoalíngua: performance e esquizoanálise. Curitiba: Editora CRV, 2011, p. 177.

    para não esquecer
    "O corpo é o espírito agora".
    Maria Gabriela Llansol

    Uma raiz de um medo

     

    "... mostra-me o seu corpo que é o medo - 'Nada te separa dos outros' - diz-me - 'Eu sou de vidro e vou quebrar-me para sempre'".

    LLANSOL, Maria Gabriela. O azul imperfeito: livro das horas V. (Pessoa em Llansol, 1976-2006). Lisboa: Assírio & Alvim, 2015.

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    Um papo sério

     

    "Virgínia Woolf, em sua obra 'Um teto todo seu', teve uma visão de que um dia as jovens teriam acesso às ricas bibliotecas proibidas das faculdades masculinas. Ela acreditava que isso proporcionaria às jovens uma liberdade mental.

    Em nossos dias, as mulheres ultrapassaram o cajado que barrou a entrada de Virgínia Woolf. Avançando a passos largos, as mulheres são retidas por uma barreira incorpórea não prevista por ela. As mentes estão se revelando capazes; já os corpos se autodestroem.

    Quando visualizou um futuro para as jovens nas universidades, a clarividência de Woolf pecou apenas por falta de cinismo. Sem o cinismo seria inconcebível a solução moderna das escolas e faculdades, até há pouco tempo exclusivamente masculinas, para o problema das mulheres. As mentes foram aceitas, mas não os corpos. As jovens descobriram que não poderiam viver dentro daqueles portões e dentro do próprio corpo ao mesmo tempo.

    WOLF, Naomi. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019, p. 264.
    Livro completo em PDF

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    Uma imagem

     

    "Um novo corpo surge, um corpo estranho, constituído pela junção de elementos díspares do ponto de vista lógica, um ser inusitado, que, simultaneamente, aparece como um todo e mantém a independência das partes":
    (comentário de Helena Piteri, pesquisadora da Unesp de Rio Preto).

    "A mulher olha para si. Tem olhos de lobo, os seus dedos são lápis, a sua mão esquerda é um candeeiro sempre aceso. São seus esses vivos que encorpou".

    LLANSOL, Maria Gabriela. Parasceve. Lisboa: Relógio D'Água, 2001.

     

     

     

    Contribuições espontâneas

    Contribuição da Andréa*

    Biblioteca da Andréa*

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    *Profa. Dra. Andréa Cordeiro, ativista delicada, professora no Setor de Educação da UFPR.

    Contribuição da Vera*

    Bibliografia apresentada
    Barcellos, Lígia Rejane Mendes: Um caminho para expressão individual de meninos de rua Projeto Meninos do Rio, o Futuro de Hoje
    Fonterrada, Marisa T O : De tramas e Fios, Um ensaio sobre educação e música. Editora Unesp
    Brito, Teca Alencar : Um Jogo chamado Música, experiência, escuta, educação e criação
    Editora Peiropolis
    Salomé, Lou- Andreas: Minha Vida
    Editora Brasiliense
    Chagas, Marli; Pedro, Rosa: Musicoterapia-desafios entre modernidade e contemporaneidade
    Editora Bapeia
    Caznok, Yara Borges: Entre o Audível e o Visível
    Editora Unesp

    *Vera Malaco é professora aposentada de Música e Português, tem Pós-graduação em Semiótica.

    Encontros com poesia - Música e artes

    Contribuição da Elissangela*

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    Mulheres da Camomila

    a libertação da culpa!

    A camomila deseja falar com as mulheres, e esse texto é uma pequena realização dessa missão. Vigorosa como a deusa Durga, atenta como Kuan Yin, nutridora como Pachamama. Camomila carrega em si todos os arquétipos da deusa, é só saber ouvi-la! Maleável como a água, é a Matriarca da Terra, é Gaia em vegetal e a base para todas as alquimias das mulheres. A pequena e inofensiva flor é forte, corajosa e acolhedora de todos nós, homens, mulheres, crianças, idosos, acolhedora até das outras plantas ou de qualquer ser vivo nesta Terra, e assim é porque só consegue acolher e curar sem machucar quem tem amorosidade em sua força.

    Palmira Margarida Historiadora, escreve sobre sensoridades, cheiros e prazer para mulheres - @palmiramargaridabr / instagram

    Acesse o artigo completo

    Elissangela Freitas Leite - Maçã, mulher, mãe, amiga, irmã curiosa e experimentadora das artes-manuais, arte educadora, terapeuta de cristais, apometria, estudante da antroposofia e aluna da Nina Veiga em pós-graduação em Artes Manuais para Terapia. E uma refazedora de si mesma.

  • Décima Segunda Noite Sagrada

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    Citações do décimo segundo encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "me dou conta e celebro".

    Uma epígrafe perceptiva

     

    "E se a designação fosse infinita? E se fosse como a vida?"*

     

    Uma observação

     

    Dar-se conta é abrir-se às forças do fora.

    VEIGA, Ana Lygia Vieira Schi da [Nina]. Bordando o corpo de Anelice: experimentações sobre a escrita do ti. Juiz de Fora: Grupo Travessia - UFJF, 2012.

     

     

    Oh, diz-me, poeta, o que tu fazes?

    - Eu celebro.

    Mas o mortal e o monstruoso, como suportas e os acolhe?

    - Eu celebro.

    Mas o sem nome, o anônimo, como, poeta, o invocas, porém?

    - Eu celebro.

    Onde adquires o direito de ser verdadeiro em todas as roupagens, sob todas as máscaras?

    - Eu celebro.

    E como o silêncio te conhece, e o furor, assim como a estrela e a tempestade?

    - Porque celebro.*

    BLANCHOT, Maurice apud VEIGA, Ana Lygia Vieira Schi da [Nina]. Bordando o corpo de Anelice: experimentações sobre a escrita do ti. Juiz de Fora: Grupo Travessia - UFJF, 2012.

    Contribuições espontâneas

    Contribuição da Paula*

    *Paula Tatyana, mulher, mãe, artesã, ilustradora, educadora domiciliar dentro da pedagogia Steineriana, jardineira biodinâmica e estudiosa e pesquisadora da Antroposofia junto à uma Vida Viva.

    Contribuição da Rebeca*

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    "Em geral, as pessoas não sabem suas funções como seres humanos, e nunca lhes ocorre que seu trabalho na verdade é abençoar o mundo ... Abençoar é o ato de reconhecer que o Espírito se manifesta através do que estamos testemunhando ou experienciando. É perceber e reconhecer a grande fluidez e presença, o Ser que está presente no que comemos ou que vemos como paisagem, ou que experienciamos ao fazer amor, faxina ou criar com ferramentas. Que o Ser flui pela paisagem, por nossos corpos, por cada momento do presente e traz uma indescritível vitalidade e força de vida ... É nosso trabalho acordar e acordar tudo o que nos rodeia. Esse ato de acordar poderia se chamar 'abençoar o mundo' ... Abençoar significa que você se torna consciente que está vivo e que o Espírito flui através de você. Essa realização te permite ver que o Espírito está fluindo por todos os lados e que o que está vindo através de você, está vindo através de tudo e que tudo é a mesma coisa. Quando você vê ou percebe ou sente isso, você simplesmente diz algo como 'Eu sou Espírito. Que acordemos. Que acordemos o Espírito em tudo o que vejo'." - Sandra Ingerman

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    Rebeca Nogueira - Terapeuta Integrativa (Florais, Aromaterapia, Astrologia, Ginecologia Natural), Doula e Pedagoga - instagram.com/jasmim.terra

  • Décima Terceira Noite

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    A VOZ DAS PLANTAS

    (traduzido por Maria Cabreira)


    1. A Voz das Plantas
    2. Desperta!!
    3. É hora de florescer
    4. Atreva-se
    5. Libera teus movimentos
    6. Descobre sua cor
    7. Descobre a cor - Também o centro se abre
    8. Encontra em ti as estrelas
    9. Entrega à vida o melhor de ti
    10. Relaxe você está com as pétalas que se foram e com as novas potências, escondidas atrás dos gestos secos.
    11. E no encontro entre o novo e o velho. Neste lugar, neste tempo.
    12. Descubra seu rosto
    13. Decida expressar seu relacionamento com a vida.
    14. E verás que a vida pinta você
    15. Combinando suas próprias cores
    16. No caos verás a ordem
    17. E no suco o que se conjugou
    18. Em duas metades, em duas verdades.
    19. Em uma se expressa o Céu. A Terra na outra
    20. Toda sua expressão
    21. E todo seu mundo
    22. Estão em uma ordem maior
    23. Que desperta contigo
    24. Com certo esforço
    25. Com indiferença
    26. E curiosidade
    27. Não toque no nariz, porque eles parecem secos
    28. Os planos são outros
    29. Haverá uma vez um ser caloroso e acolhedor? Eu ouvi perguntar.
    30. Disposto a abrir-se para a vida e convidá-la para entrar
    31. Sem juízos nem comparações
    32. Um rei de seu tempo - reinado - e de seu espaço, seu reino.
    33. O ser real, a realidade é um de seus aspectos.
    34. Um ser vivo em um Meio Vivo.
    35. Intercambiando presente e presenças.
    36. Oferecido a receber
    37. Disposto a florescer
    38. Com o Sol como modelo
    39. Dizendo o sim à vida
    40. Integrando as vivências. Sempre pronto para voltar. Sempre pronto para um novo começo.
    41. Andando sem catálogo ou classificador. Livre para mover seus próprios limites de percepção e pura concepção todos os dias. Somente a vida é o guia. Somente o ser pode segui-la.

    Citações décimo terceiro encontro

    Pensando na linha do verso de Raquel Cachafeiro: "o cuidado".

    Um jatobá que tomba, centenário


    Nossa querida Ana Maria Primavesi faleceu hoje (5 de janeiro de 2020), aos 99 anos de idade. Quase um século de vida, cerca de 80 anos dedicados à ciência no e do campo. Descansa uma mente notável, uma mulher de força incomum e um ser humano raro.
    Afastada de suas atividades desde que passou a morar em São Paulo com a filha Carin, Ana recolheu-se.
    Quase centenária, era uma alma jovem num corpo envelhecido que, mesmo se tivesse uma vitalidade para mais 200 anos, não acompanharia uma mente como a dela.
    Annemarie Baronesa Conrad, seu nome de solteira, desde pequena apaixonou-se pela natureza, inspirada pelo pai. Naturalmente entrou para a faculdade de agronomia, mesmo Hitler tentando fazer com que as “cabeças pensantes” desistissem de estudar. Ela não só era uma das raras mulheres na faculdade como também aquela que destacou-se por seu talento natural em compreender o invisível: a vida microscópica contida nos solos.
    Nestes 99 anos de vida, enfrentou todas as perdas que uma pessoa pode sofrer: irmãos, primos e tios na Segunda Guerra. Posteriormente, pai, mãe, marido. E seu caçula Arturzinho, a maior das chagas, que é perder um filho. Sua morte hoje, causada por problemas relacionados ao coração, encerra uma vida de lutas em vários âmbitos, o principal deles na defesa de uma agricultura ecológica, ou Agroecologia, termo que surge a partir de seus estudos e ensinamentos. Não parece ser à toa que esse coração, que aguentou tantas emoções (boas e ruins) agora precise descansar.
    Nosso jatobá sagrado, cuja seiva alimentou saberes e por sob a copa nos abrigamos no acolhimento de compreendermos de onde viemos e para onde vamos, tomba, quase centenário. Ele abre uma clareira imensa que proporcionará ao sol debruçar-se sobre uma nova etapa, a da perpetuação da vida. E dos saberes que ela disseminou.
    Antes de tombar, nosso jatobá sagrado lançou tantas sementes, mas tantas, que agora o mundo está repleto de mudas vigorosas, prontas a enfrentar as barreiras que a impediriam de crescer. Essas mudas somos todos nós, cada um que a amou em vida, cada um a seu modo.
    Nossa gratidão pelo legado único que nos deixa essa árvore frondosa, cuja luta pelo amor à natureza prevaleceu. A luta passa a ser nossa daqui em diante, uma luta pela vida do solo, por uma agricultura respeitosa, por uma educação que se volte mais ao campo e suas múltiplas relações.
    Ana Primavesi permanecerá perpetuamente em nossas vidas.


    Como diz nosso querido amigo Fabio Santos, parafraseando Che Guevara:

    “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a Primavesi inteira.”

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    Ana Primavesi

    * 3 de outubro de 1920

    + 5 de janeiro de 2020

    Uma epígrafe epitáfio

     

    "No combate integrado de pragas e doenças, a planta companheira ganha de importância".**

    **PRIMAVESI, Ana. Manejo ecológico de pragas e doenças: técnicas alternativas para a produção agropecuária e defesa do meio ambiente. São Paulo: Nobel, 1988.

    Ana Primavesi e uma metáfora importante, uma ode à multiplicidade

     

    "Como se controla a vida do solo

     

    O problema é conhecer o funcionamento da vida do solo. O combate de um ou outro agente parasita não tange a causa. Isso mostra a cigarrinha-da-cana-de-açúcar. O fungo Metarrhiza combate-a. Mas, embora a cigarrinha da Brachiaria seja idêntica ao Metarrhiza, não consegue combatê-la. O ambiente é outro. Procurar todos os 'inimigos naturais' iria leva muito tempo. É muito maisfácil restabelecer a 'pirâmide alimentícia' e cada um dos insetos e microrganismos procura seu inimigo sozinho. Não importa como se chama; importa somente que exista. E quanto mais espécies de seres vivos existirem num solo, tanto maior a possibilidade de que cada uma encontre também seu inimigo ou seu predador. Faz uma diferença muito grande se existem mil exemplares de duas espécies ou mil exemplares de duzentas espécies".**

    Consulte o acervo Ana Primavesi

    Contribuições espontâneas

    Contribuição da Cláudia*

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    Manning, Erin
    The minor gesture. Durham: Duke University Press, 2016
     

    Também falei da artista plástica Lia Chaia

    Na minha fala comentei sobre a Marta Soares - Bailarina e coreógrafa e o seu trabalho "Deslocamentos".

    *Cláudia Soares – Especialista em Psicomotricidade – ISPE – GAE – OIPR, 2002– Especialista em Psicopedagogia – PUC SP, 2005 – ,Especialista em Gestão de Programas Intergeracionais – Universidade de Granada, 2011 –, Especialista em Gestão do Terceiro Setor – IATS, 2011 –, Especialista em Terapias Externas Antroposóficas – ASKLEPIOS: Associação de Massagem Rítmica no Brasil – 2017, Mestre em Gerontologia – PUC-SP, 2018. Atualmente na Associação Travessia atua com crianças, jovens e adultos com necessidades especiais e no Espaço Conexão Corpo realizando Terapias Externas Antroposóficas e Rodas de Bordado e Feltragem. Experiências na área Pedagógica e Psicopedagogia atuando principalmente nos seguintes temas: longevidade, envelhecimento, memória, cuidado paliativo, saúde e doença.

    Contribuição da Leila*

    Biblioteca da Leila

    Olhando para trás da cortina: contato com minha história das mulheres

     

    Indicação de três livros com o propósito de:

    • Conhecer a história das mulheres entre os séculos a partir de documentos históricos, diários, fotos, cartas, etc
    • Contato com as representações das mulheres noutros tempos

     

    • Livro "História das mulheres no Brasil"

    Organização Mary Del Priore

     

    Epígrafe

    "O corpo da mulher não é mais do que metáfora das gerações que a precederam"

    (Antoinette Gordwosky, 1990)

     

    Menciono o capítulo: Magia e Medicina na Colônia: o corpo feminino (Mary Del Priore)

    Onde o uso da ideia de que a doença foi usada como advertência divina ou como castigo para redimir os pecados, me fez pensar o quanto esta ideia colonial ainda hoje em pleno século XXI, ainda é presente no discurso da mídia né religioso.

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    • Livro "História das mulheres no Brasil"

    Organização Mary Del Priore

     

    Epígrafe

    "O corpo da mulher não é mais do que metáfora das gerações que a precederam"

    (Antoinette Gordwosky, 1990)

     

    Menciono o capítulo: Magia e Medicina na Colônia: o corpo feminino (Mary Del Priore)

    Onde o uso da ideia de que a doença foi usada como advertência divina ou como castigo para redimir os pecados, me fez pensar o quanto esta ideia colonial ainda hoje em pleno século XXI, ainda é presente no discurso da mídia né religioso.

    • Livro "História das mulheres no Brasil"

    Organização Mary Del Priore

     

    Epígrafe

    "O corpo da mulher não é mais do que metáfora das gerações que a precederam"

    (Antoinette Gordwosky, 1990)

     

    Menciono o capítulo: Magia e Medicina na Colônia: o corpo feminino (Mary Del Priore)

    Onde o uso da ideia de que a doença foi usada como advertência divina ou como castigo para redimir os pecados, me fez pensar o quanto esta ideia colonial ainda hoje em pleno século XXI, ainda é presente no discurso da mídia né religioso.

    PRIORE, Mary Del (org); Carla Bassanezi Pinsky (coord. de textos), História das mulheres no Brasil, 10.ed., 3° reimpressão. São Paulo: Contexto, 2015.

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    • Livro "Minha história das mulheres" de Michelle Perrot

     

    "As mulheres sempre trabalharam. Seu trabalho era da ordem do doméstico, da reprodução, não valorizado, não remunerado. As sociedades jamais poderiam ter vivido, ter-se reproduzido e desenvolvido sem o trabalho doméstico das mulheres, que é invisível.

    Nem sempre as mulheres exerceram ofícios reconhecidos, que trouxessem remuneração. Não passavam de ajudantes dos seus maridos, no artesanato, na feira ou na loja. (...)" (PG.100)

     

    Este capítulo me faz refletir sobre a permanência do discurso acerca do trabalho das mulheres, que se modificou na teoria, mas ainda não na prática. Assim como também na nossa jornada dupla ou até tripla para algumas e da mesma falta de reconhecimento.

    PERROT, Michelle, Minha história das mulheres, (tradução Angela M. S. Correa), 2.ed., 4° reimpressão. São Paulo: Contexto, 2017.

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    • Livro "Mulheres dos Anos Dourados" de Carla Bassanezi Pinsky

     

    A autora realiza um mergulho em publicações como Jornal das Moças, O Cruzeiro, Querida e Claudia onde revela as transformações nos costumes, nas relações familiares, o retrato de um passado ainda hoje presente.

     

    "Vista-se, depois de casada, com a mesma elegância é bom gosto de solteira. Lembre-se: é uma verdade que a caça já foi feita, mas, agora, você deve tê-la bem presa (...)" (Jornal das Moças, 27.10.1955)

     

    "(a mulher) tem a obrigação de embelezar-se para o marido, que é o homem mais importante da sua vida." (Jornal das Moças, 29.10.1959) (PG.224)

     

    "Jornal das Moças e Claudia ensinam: a boa aparência da esposa é um atributo essencial para a "felicidade conjugal", pois mantém a atenção do marido e evita o risco "fatal" de perde-lo. Fazer-se bonita é a "solução" para as mulheres que se queixam da falta de atenção do marido, a "razão de sua existência". Mas atenção: trata-se de cuidar melhor da aparência pessoal sem, no entanto, descuidar-se dos afazeres domésticos." (PG. 225)

    PINSKY, Carla Bassanezi, Mulheres dos anos Dourados. São Paulo: Contexto,2014.

    Recomendo por tudo o que discutimos neste grupo durante estas 13 Noites Sagradas, para refletirmos fortemente sobre como a imagem e o papel da mulher foi construído socialmente. E, quais as modificações desejamos imprimir no mundo no presente e para o nosso futuro.

     

    E, como hoje trabalhamos a linha do verso que fala sobre "o cuidado", penso que estudar, conhecer a história é uma forma de me cuidar e me ajudar a cuidar das outras mulheres.

     

    *Leila Brito é psicoterapeuta de orientação junguiana, especialista em Psicologia Junguiana (Facis), pós graduação em Docência do Ensino Superior (UNICID).

    Contribuição da Andiana*

    *Andiana Freitas é musicista e ativista delicada.

  • Textos e comentários

    Os processos viram voz...

    A alma é o corpo do Espírito é a própria Natureza.

    Ela é a casa acolhedora e também o templo. Não o templo do “deus”, mas o templo do Eu-Humano.
    Entendo compreendo e celebro!
    A farta colheita de verão chegou!
    Danço em torno da fogueira solar. Alimento o fogo com as dádivas da Terra.

    Saúdo o calor do amor universal, pois este calor engendrou em mim a vida.
    Cristo vive em mim!
    Deixo de ser terra estéril. Torno-me floresta, torno-me toda a natureza...

    Desabrocho em flor. E o perfume desta flor, também sou eu.
    Ele se expande como o eterno Ser Cósmico. Se expande por se saber Ser .
    Sou eu a rósea e láctea flor dos tempos que emana ondas, fluxos e intensidades.
    Na Terra sou grão minúsculo de areia mas também e sempre, sou eu esta rósea e láctea flor das eras...

    O Infinito Ser.
    Eu sou o próprio giro da grande flor que, cada pequenina flor expressa quando floresce - no cultivo da centelha feminina em nós – que aprende, recebe e também doa.
    Eu Sou a Flor da vida!
    Agora, a grande lótus dourada brilha no amplo espaço cósmico de meu Ser e seu perfume esparge a luz...
    Oh! Flor Sagrada das eras perfuma a minha alma
    torna-me, cada vez mais, aquilo que tu És em mim.
    Torna-me, eu mesma.
    Estrela e Terra
    “ Mulher e Natureza.”

    Com amor!🙏🏽🍃

    Cristina Tomé, psicólogola e professora especialista da Pós-Graduação em Artes-Manuais para Terapias

    Camomila.
    Caos e organização,
    fios e forma.
    Raíz.
    Círculo.
    Cores.
    Somos flores.
    Somos mulher

    Um presente ao feminino.

    Elissangela

    Hoje, na minha última caminhada em Praia do Forte, fiz uma trilha diferente. Muitas flores me encantaram. Mas, ao findar minha trilha me deparei com esta que creio ser uma flor de lótus. Desde que me formei, 1999, ela me apareceu e tem um significado enorme pra mim. Vê-la hoje, nesta jornada Sagrada, me diz muito!

    Aline

    Falamos de muitas coisa extremamente belas, necessárias e transformadoras, mas não falamos nenhum dia, dos nossos sonhos singulares e subjetivos. Minha vivência nesse ano, me possibilitou maior presença de luminosidade e a sensação de ter alguém sempre presente comigo nos sonhos. Quando não me preparei devidamente para o sono, não consegui acessar a esse portal de sonhos, memória e percepções. Um sonho que ficou bem forte, foi um encontro com os meus entes falecidos, eles agradeciam por orações recebidas e estavam bem. Percebi melhor os meus sentimentos e o medo foi um deles, mas em seguida eu era preenchida por uma força, capaz de superar qualquer temor, algo como a força da fé. Foi uma linda jornada, onde os sonhos se mesclaram de realidade e vice versa. Tinha sonhado na primeira noite, que meu gato causava danos em casa, com um arranhão, e o mesmo gato, machucou o meu marido. Não sei se foi coincidêcia, mas ele esteve no meu sonho. As flores, palavras, reflexões, vão continuar reverberando em minha alma, por todo o ano. Gratidão queridas!

     

    Aureliane

    Nina, esta flor que conheço como Dama da Noire, que hoje chamo de minha Flor da Lua desde quando conheci o trabalho da Margareth Mee abriu em frente de casa na noite de 24 de dezembro o que para mim representou um belo presságio para o nosso encontro das 13 Noites Santas. Obrigada mais uma vez por esta iniciativa, pouco me manifesto, mas estou junto.

    Dedé

    A flor é o cérebro das plantas...aquilo que corresponde à luz, a flor se revela como dispositivo que reverte a lógica do organismo individual: ela é o umbral derradeiro em que indivíduo e a espécie se abrem aos possíveis de mutação, da alteração, da morte. As flores como esse lugar fora da totalidade.

    Paula

  • Gratidão ao trabalho sonoro meditativo de
    Mirna Grzich e Edna Andrade